Card. Saraiva Martins desaprova "copyright" para hábito das Missionárias da Caridade


Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal José Saraiva Martins, ex-Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, pronunciou-se contrário a decisão das Missionárias da Caridade de registrar a propriedade intelectual do hábito azul e branco usado pelas religiosas da Congregação.

“Santa Madre Teresa de Calcutá é um símbolo universal, amada pelo crentes, pelos não-crentes, por aqueles que crêem de uma forma diferente", disse o Cardeal de 85 anos, ao comentar o caso ao semanário italiano Panorama.

Reconhecimento pelo Governo indiano

O purpurado tomou conhecimento há alguns dias – por meio da Agência Asianews – que as autoridades indianas haviam respondido positivamente ao pedido de copyright feito pelas Missionárias da Caridade em Calcutá.

De fato, o hábito escolhido para as Missionárias da Caridade, adotado no mundo inteiro desde 1950, foi reconhecido pelo Governo da Índia como exclusiva “propriedade intelectual” da Congregação, fundada pela Santa de Calcutá cerca de 70 anos atrás.

O registro foi formalmente concedido no início do ano passado e se trata do primeiro caso de copyright de uma ‘roupa’ religiosa no mundo, o que obriga um pagamento pelo seu uso em fotos, filmes, livros, etc.

Não honra a memória da Santa

"É um absurdo que por seu sari branco com listras azuis, teremos agora que pagar impostos", disse indignado Dom Saraiva Martins.

"Esta é a primeira vez que ouço algo do gênero, o que certamente não honra a memória da Santa", acrescentou, dizendo que deveria ser colocado um termo a esta operação.

Muitos dos colegas do Cardeal também manifestaram a sua desaprovação e fala-se que até mesmo o próprio Papa poderá se manifestar a respeito.

Simbologia

O sari usado pelas Missionárias da Caridade em todo o mundo é branco (símbolo da pureza) com três listras azuis, cada um representando a pobreza, castidade e obediência.

Madre Teresa morreu em 1997 em Calcutá aos 87 anos. Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, que tornou-se Madre Teresa, dedicou sua vida aos pobres e doentes. Foi beatificada em 2003 por João Paulo II e canonizada 4 de setembro de 2016 pelo Papa Francisco.

(Com AFP)

 








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