Europa precisa redescobrir seu patrimônio, sugere Papa em Twitter


Cidade do Vaticano (RV) – O tweet do Papa Francisco desta terça-feira (11), dia de São Bento, fundador da Ordem dos Beneditinos e padroeiro da Europa, foi publicado na sua conta @Pontifex. A mensagem em português diz o seguinte: “a Europa tem um patrimônio ideal e espiritual único no mundo que merece ser reproposto com paixão e renovado frescor”.

O presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), Cardeal Angelo Bagnasco, disse que as palavras de Francisco são muito importantes, especialmente neste momento de dificuldades vividas pela União Europeia. “São um grande chamamento e encorajamento para o caminho europeu”, comentou o purpurado, que acrescentou:

Card. Bagnasco - “Essas palavras deveriam chegar na mente e no coração dos principais responsáveis – e é aquilo que todos esperamos – para que percebam o grande patrimônio que é o continente europeu no seu contexto, a união, o caminho da União Europeia. Às vezes temos a impressão que essa consciência não seja luminosa e clara no coração, como era no coração dos pais fundadores. Sem essa consciência e essa convicção tudo fica muito mais difícil.”

O Cardeal Bagnasco também aprofundou a situação atual da Europa, um continente que parece cansado, talvez, pouco ciente da sua unidade:

Card. Bagnasco - “Quando se perde a identidade original, depois não se sabe mais quem somos. Então, o entusiasmo é pouco porque se perde a ideia de onde ir, quem somos, o que devemos fazer. É a natureza das coisas: vale para a Europa no seu todo, para um Estado, vale para qualquer pessoa. O discurso das nossas origens cristãs fundamentalmente não é um discurso acadêmico, ou pior, bairrista. Trata-se da verdadeira questão daquilo que somos, daquilo que é a Europa na sua origem, na sua vocação e na sua missão, que o Papa reafirma ser universal. Isso é muito importante.”

Ao ser questionado sobre as vocações da Europa, uma delas a da acolhida aos migrantes, num momento de debate sobre o fechamento de portas a esse fenômeno, o purpurado comentou:

Card. Bagnasco - “Quando tem o medo, que nasce de uma perda ideal e de identidade, o medo sugere fazer trincheiras, de fechar-se, de controlar-se em vez de propor o diálogo. Porque, para um diálogo, é preciso realmente ter alguma coisa para dizer sem abordar lugares comuns e frases feitas que não dizem nada de substancioso. É preciso saber quem se  é. Então, o discurso de identidade não é absolutamente contrário, o oposto ao diálogo, mas é a premissa, a condição necessária." (AC) 








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