Cairo (RV) – Nenhuma violência em nome do Alcorão. É o que reitera o texto de uma proposta de lei, voltado a enfrentar as violências e as propagandas sectárias realizadas em nome da religião islâmica.
O documento - elaborado por estudiosos da Universidade egípcia de Al-azhar, o principal centro teológico-acadêmico do islã sunita – foi apresentado ao escritório da Presidência da República egípcia.
A informação é do próprio Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyeb, que especificou que o projeto de lei reafirma a total incompatibilidade entre a violência justificada com argumentos religiosos e a lei islâmica.
Reduzir o ódio e a intolerância e propor uma convivência pacífica
O projeto de lei – aprovado pelos estudiosos de Al-Azhar e sucessivamente apresentado aos colaboradores do Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi - tem por objetivo reduzir as manifestações de ódio e de intolerância promovidas por grupos extremistas e repropor o princípio de cidadania como base em uma convivência pacífica entre compatriotas pertencentes a diversos componentes religiosos.
Uma tentativa de conter as ondas terroristas que ciclicamente atacam, com o objetivo de desestabilizar o Egito, atingindo com particular virulência os fiéis da Igreja Copta, a maior comunidade cristã do Oriente Médio.
Não à instrumentalização do Alcorão
O texto – refere o L’osservatore Romano – evita entrar em detalhes quanto às penas a serem impostas a quem se tornar responsável por instigar o ódio religioso e de crimes a ele ligado, o que deverá, no entanto, ser especificado pelo Legislativo.
Todavia, numerosos observadores consideram que iniciativa tem o evidente objetivo de expressar uma clara tomada de distância de Al-Azhar em relação às teorias e propagandas, que no seio de uma variegada comunidade islâmica, justificam o ódio e a violência citando o Alcorão e fazendo uso de argumentos de fundo religioso.
Declaração dos Direitos do Homem na base do projeto de lei
O Comitê que trabalhou no esboço do projeto de lei – guiado por Mohamed Abdel Salam, consultor jurídico do Grão Imame de Al-Azhar - havia sido instituído em 13 de maio passado, sendo formado por cinquenta estudiosos, especialistas em diversos setores jurídicos.
Na redação do esboço de lei – foi referido – os membros do Comitê levaram em consideração alguns textos fundamentais, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, além da Constituição egípcia e das disposições do Direito Penal vigente no Egito.
(JE – L’osservatore Romano)
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