Obras de São João de Ávila serão traduzidas para o árabe e chinês


Madrid (RV) – O Bispo de Córdoba, Espanha, Dom Demetrio Fernández, anunciou que depois da recente tradução das obras de São João de Ávila para o polonês, a Diocese pretende traduzir os textos do Doutor da Igreja para o árabe e o chinês.

Polônia

Em uma entrevista concedida a Europa Press, Dom Demetrio Fernández recordou que esteve em maio passado na Polônia, apresentando em diversas dioceses do país os “Escritos Sacerdotais” de São João de Ávila, a primeira obra do apóstolo da Andaluzia traduzido para o polonês e publicada em Poznam, em abril, pela Editora Flos Carmeli, dos Carmelitas Descalços da Província polonesa de Varsóvia.

A Diocese comprometeu-se em seguir traduzindo as obras do Padroeiro dos sacerdotes espanhóis para outros idiomas, levando em consideração que as mesmas já estão traduzidas mas “línguas mais próximas, como o francês, o italiano, o inglês e o alemão”, mas agora, depois da tradução para o polonês, a intenção é traduzi-las para o árabe e o chinês.

Árabe

A razão para tal é que – no caso árabe – “existem muitos cristãos no Oriente Médio, que vivem em países onde se fala árabe”, como no caso dos cristãos coptas no Egito, “um mundo com uma cultura diferente da nossa, porém muito unida a Córdoba, desde sempre, culturalmente e não somente, pelos laços muçulmanos e também cristãos”, explica o prelado. É a eles que são voltadas as traduções em árabe de São João de Ávila.

Mas as traduções não terão como destinatários unicamente os coptas, mas também “os melquitas, os maronitas, os armênios ou os malakares, pois todos são cristãos que falam árabe” e “queremos transmitir a eles uma pérola que temos em Córdoba”.

Chinês

A obra de São João de Ávila também será traduzida para o chinês, pois – explicou o Dom Fernández – “é uma língua do Oriente” e na China “existem muitos cristãos, muitos deles clandestinos, que no devido momento aflorarão e a quem queremos apresentar São João de Ávila, Padroeiro dos sacerdotes espanhóis”.

O Santo

São João de Ávila nasceu em 6 de janeiro de 1499. Enviado à Salamanca aos 14 anos para estudar Direito, não sentiu no estudo das leis humanas o sentido para a sua vida. Abandonou os estudos e regressou à cidade natal, onde passou três anos em reflexão e penitência, passando longas horas diante do Sacrário.

Respondendo um chamado de Deus, decidiu tornar-se sacerdote, o que foi precedido por estudos apropriados feitos em Alcalá de Henares, onde foi aluno de Frei Domingo de Soto, célebre teólogo dominicano.

Foi ordenado em 1526, sendo a primeira missa celebrada por alma de seus pais, que haviam falecido pouco antes, quando ele estudava. Nesse dia vestiu e serviu a refeição a vários mendigos, tendo-se desfeito da fortuna que herdou dos ricos pais (era herdeiro único) destinando-a aos pobres. E passou a viver da caridade dos outros, de quem recebia esmolas para o sustento.

Um ano após ser ordenado quis ser missionário na América, oferecendo-se a um bispo que viajaria ao novo continente, rumo ao México. Após ser dissuadido da idéia, aceitou a missão de evangelizar a região correspondente ao sul da península ibérica, o que o levou a ser considerado “O Apóstolo da Andaluzia”, região onde concentrou a maior parte de sua ação.

Como exemplo de frutos de seu ardoroso apostolado cita-se a conversão de São Francisco de Bórgia (que futuramente sucederia Santo Inácio de Loyola à frente da Companhia de Jesus) e São João de Deus (que tanto beneficiaria os doentes com suas obras). Vários santos do século XVI com ele trocaram cartas, dentre os quais Santo Inácio de Loyola, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Bórgia, Santa Teresa de Jesus.

Muitas de suas obras perderam-se com o passar dos anos, principalmente os sermões, não sem antes darem muitos frutos. Vários de seus escritos, porém, foram cuidadosamente conservados. Autor prolífico, escreveu diversas obras ascéticas, dentre elas citam-se o “Epistolário Espiritual Para Todos os Estados”, “O Conhecimento de Si Mesmo”, “Tratado Sobre o Sacerdócio”.

Sua ostensiva atuação como pregador incomodou alguns clérigos nos quais o sentimento de inveja brotou, os quais denunciaram São João de Ávila aos inquisidores de Sevilha. Isso fez com que ficasse encarcerado de 1531 a 1533 quando passou por um processo, no qual havia cinco denunciantes que o acusavam e 55 defensores.

São João de Ávila faleceu em 10 de maio 1569, sendo beatificado por Leão XIII em 1894 e canonizado por Paulo VI em 31 de maio de 1970.

Pio XII, em 1946, proclamou-o Patrono do clero secular espanhol e Bento XVI o declarou Doutor da Igreja em 7 de outubro de 2012, durante a Festa do Santo Rosário.  (JE)

 

 








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