Barlolomeu I: a proteção da natureza é interesse de todos


Atenas (RV) - “A proteção da natureza é interesse de todos. Comunidades locais, criadores, agricultores, produtores, educadores, religiosos, jovens e idosos. Todos nós devemos proteger o meio ambiente”, disse o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, na conferência realizada, em Schimatari, na Grécia, esta terça-feira (06/06), sobre a poluição do Rio Asopus, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente celebrado no último dia 5. 

Segundo o jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano, o encontro contou com a participação do presidente da Grécia,  Prokópis Pavlópoulos, e do Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Jerônimo II.

“Cada um de nós tem o mandato moral e a responsabilidade, diante de Deus e do mundo, de cuidar e preservar a Criação. Um Asopus limpo denota um mundo limpo, um ambiente limpo reflete uma sociedade limpa, e um comércio limpo implica um coração limpo”, sublinhou ainda o Patriarca no encontro intitulado “Asopus: da ideia à ação”.

“A poluição do Asopus mostra a responsabilidade de cada pessoa de salvaguardar eficazmente a integridade da criação. Governo, associações, sociedade civil, Igreja e todos os cidadãos de boa vontade devem tutelar os sistemas naturais que contêm toda forma de vida na terra.” 

Todavia, a crise desse rio “mostra também o valor da pesquisa científica em avaliar e buscar soluções para os desafios ligados à poluição, biodiversidade e mudanças climáticas. O Asopus é um microcosmo da crise ecológica global, pois se tornou sinônimo de resíduos tóxicos e de contaminação letal”, disse Bartolomeu I. 

Segundo alguns estudos, o rio se tornou um dos casos mais conhecidos de poluição causada pelo cromo hexavalente, altamente tóxico, e por outros metais prejudiciais e cancerígenos para os seres humanos.
 
Para o patriarca ecumênico, as problemáticas ligadas à poluição das águas da bacia do Asopus são o resultado da falta de sistemáticas infraestruturas ecológicas e industriais, e da ausência de normativas capazes de garantir a eliminação de resíduos sem causar consequências ambientais.
 
“O mundo financeiro está deixando uma marca indelével com a produção e o consumo avarento de mercadorias, com a poluição incontrolada do transporte moderno, com resíduos sem limites e emissões infinitas de gás carbônico, e acidentes industriais e nucleares. Todos contribuem imensamente ao aquecimento global e às mudanças climáticas que causam consequências irreparáveis e irreversíveis”, frisou ainda Bartolomeu I.

Desde que foi eleito patriarca ecumênico, em 1991, Bartolomeu segue com atenção e preocupação a “exacerbação da crise ecológica, e as desigualdades sociais e financeiras”. 

No contexto dos congressos internacionais sobre a água organizados pelo patriarcado em várias partes do mundo, são difundidas imagens terríveis de devastação. Em toda situação, “junto com a destruição ambiental estão o declínio social e econômico, o desemprego e uma qualidade de vida precária”. 

(MJ)








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