Dom Belisário: "A primazia é para o trabalhador"


Cidade do Vaticano (RV) – A agenda do Papa na manhã desta sexta-feira (26/05) incluiu uma audiência com a Presidência do CELAM, Conselho Episcopal Latino-americano: o  Cardeal Rubén Salazar Gómez, Arcebispo de Bogotá (Colômbia), Presidente; Dom Carlos Maria Irazábal, Bispo de Mercedes (Uruguai), Primeiro Vice-Presidente, Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luís do Maranhão, Segundo Vice-Presidente; Dom Juan Espinoza Jiménez, Bispo Auxiliar de Morelia (México), Secretário Geral; e o Cardeal José Luis Lacunza, Bispo de David (Panamá), Presidente de Questões Econômicas, e o Pe. Leonidas Ortíz Losada, (Colômbia), Secretário Geral Adjunto.

A cada ano, a Presidência do Conselho realiza uma visita aos Dicastérios do Vaticano e são recebidos pelo Papa Francisco. Nesta ocasião, serão apresentadas ao Papa as realidades de cada um dos países membros, como feito na recente Assembleia, de 9 a 12 de maio, em São Salvador (El Salvador).

Nosso hóspede é o Arcebispo de São Luís, Dom Belisário. Ouça-o aqui:

“Nós trazemos um pouco da vida da América Latina: como está a situação política, social, como vai a Igreja. Nesta visita, especialmente, estamos trazendo um pouco da Assembleia intermediária que aconteceu há poucos dias em São Salvador. Cada país fez um pequeno relatório sobre a situação. O que é permanente, infelizmente, em todos os nossos países, é uma enorme desigualdade social, que é histórica, estrutural”.

“Alguns países mereceram uma atenção especial: naquele momento, principalmente Venezuela e Haiti. O Brasil também, mas não estávamos vivendo a situação de hoje”.

“A Igreja não existe para si mesma, ela existe para prestar serviço às pessoas. Então, também nestas situações difíceis que o mundo vai passando, tenho a impressão que a Igreja, os católicos, os cristãos têm algo a ajudar. Eu creio que também que no país onde nós vivemos, vamos tentando fazer alguma coisa neste sentido. Temos uma presença muito significativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que sempre se pronunciou a respeito das grandes situações”.

“Tentamos ser fiéis àquilo que a Igreja nos propõe. Primeiro, a dignidade da pessoa humana está acima de tudo. Nós temos que respeitar, defender esta dignidade. Depois, o bem comum. O bem comum se sobrepõe aos bens particulares, aos bens de pessoas, de grupos políticos, etc.”.

“Também algo que acentuamos muito é que o trabalho tem primazia sobre o capital, e especialmente é bom afirmarmos neste momento em que há uma globalização enorme do mercado, das finanças, do capital. Nós queremos mais uma vez acentuar isso. Que o trabalhador tem primazia. Isto (é importante) justamente no momento em que no Brasil estamos discutindo estas reformas: trabalhista, da previdência. Realmente, devemos defender estes grandes princípios da Doutrina Social da Igreja”.

(CM)

 

 

 








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