Tragédia no Mediterrâneo: Santa Sé pede corredores humanitários


Roma (RV)  - “As crianças que morreram fugindo da violência e da miséria são uma ofensa a toda a humanidade”: assim a organização “Save the Children” comenta o enésimo naufrágio na costa líbica, que matou pelo menos 30 migrantes, entre os quais muitas crianças.

Uma foto divulgada no Twitter mostra os corpos à deriva no Mar Mediterrâneo. Na embarcação, havia pelo menos 500 pessoas. “No mesmo dia, rezou-se pelos jovens mortos no atentado de Manchester e as crianças traficadas e mortas na costa da Líbia”, disse por sua vez o Diretor-Geral da Fundação Migrantes, Dom Gian Carlo Perego.

 “As vítimas de ambas as tragédias são nossos filhos e irmãos. Defender e salvar a vida, sobretudo dos jovens e das crianças, deve permanecer a preocupação primária da política europeia”, acrescentou o Arcebispo.

“Se a segurança deve ser a preocupação de todos, hoje talvez devemos escolher a paz como condição fundamental de segurança, corredores humanitários para a segurança daqueles que pedem proteção internacional, cooperação e desenvolvimento para defender a liberdade de não migrar e de viver na própria terra.”

A contribuição da Santa Sé

Enquanto isso, a Santa Sé está trabalhando para a abertura de novos canais humanitários, como afirma o Padre Fabio Baggio, direto colaborador do Papa Francisco sobre a questão migratória. Para ele, neste momento de crise, esta é a solução para evitar mais tragédias com o início do verão na Europa e, com isso, o aumento dos desembarques:

“Os fluxos estão destinados a aumentar e não a diminuir com o bom tempo. De um ponto de vista, é uma boa notícia, porque haverá menos mortos e provavelmente haverá mais possibilidade de realizar os resgates. De outro lado, é uma má notícia, porque quer dizer que tantas pessoas que estão na costa líbica vão buscar todos os meios para partir com traficantes que realizam o “negócio do século”, porque ganham muito dinheiro às custas dos migrantes. O que quero dizer é que seria muito oportuno por parte de vários governos, refiro-me à Europa, mas não só, aumentar os canais legais. Existem canais legais que podem favorecer a chegada de refugiados e de migrantes que fogem de vários conflitos, para que as pessoas vulneráveis possam ter acesso à proteção de que necessitam. Há propostas interessantes que estamos aperfeiçoando e, em breve, poderemos compartilhar também com os Estados interessados.”








All the contents on this site are copyrighted ©.