Hoje-em-dia, não se discute se a África tem ou não uma Filosofia. Há africanos que pensam e que são profissionais da Filosofia e, por conseguinte, há uma Filosofia africana. O que a COMIUCAP pretende é ver qual é o sentimento que predomina nas Universidades em relação à promoção da Filosofia na Educação. Neste aspecto há, certo, problemas, como de resto em toda a parte do mundo, mas constata-se que o movimento filosófico em África está a viver um momento de esperança. Há gente também das novas gerações, determinadas a estudar filosoficamente a fundo as tradições culturais africanas para delas tirar elementos que possam ajudar a responder de forma correcta às problemáticas da África de hoje e a Filosofia é uma medianeira neste processo de diálogo entre o passado e o presente do continente.
Assim se exprimia aos nossos microfones o P. João Vila-Chã, jesuíta português, Professor de Filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e Presidente da COMIUCAP, a Conferência Mundial das Instituições de Filosofia nas Universidades Católicas, uma instituição criada em 1999 para estimular as Universidades a promover o ensino da Filosofia à luz da fé e da razão. Isto na sequencia da publicação da encíclica "Fides et Ratio" do Papa João Paulo II em 1998.
O P. João Vila-Chã esteve recentemente na Universidade Católica da África Oriental, em Nairobi (Quénia), onde teve lugar, de 20 a 22 de Abril, a Conferência regional africana da COMIUCAP que teve por tema: "A Filosofia no Contexto Africano: Tradições, Desafios, Perspectivas". Uma Conferência que, como tivemos já oportunidade de ouvir, deixou o Prof. João Vila-Chã satisfeito, precisamente por ter podido constatar esse momento de esperança que a Filosofia em África está a viver. Mas, quisemos comentar com ele o título da Conferência, começando pela palavra tradições.
Oiça aqui, na rubrica "África Global" a segunda parte da entrevista:
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