A pequena comunidade cristã no Marrocos


Rabat (RV) - Os cristãos que frequentam os lugares de culto no Reino do Marrocos são, em sua maioria, provenientes da África Subsaariana e não passam de 20 mil, no Reino onde 34 milhões de pessoas são muçulmanas.

Dois terços destes cristãos são católicos, enquanto que um terço é protestante, segundo informou à AFP um especialista de religião marroquino e professor universitário.

Existem sessenta lugares de culto cristãos oficialmente registrados no país, incluindo quarenta católicos, doze protestantes e alguns ortodoxos.

Mais de 90% dos cristãos que vivem no Marrocos hoje são provenientes da África Subsaariana. Os europeus, expatriados ou descendentes de colonizadores, são uma minoria, segundo o acadêmico.

Segundo um relatório do Departamento de Estado EUA, entre 2 mil e 6 mil marroquinos são convertidos ao cristianismo, mas na maioria das vezes vivem sua fé em silêncio.

Já os cristãos estrangeiros podem desfrutar com total liberdade sua fé e são protegidos pelas autoridades, com a condição  de que não façam proselitismo, o que pode acarretar em uma pena de três anos de prisão.

A dinâmica migratória experimentada pelo país ao longo das últimas duas décadas, com a chegada de mais e mais cristãos subsaarianos, revigorou os lugares de culto cristãos, até então pouco frequentados. Algumas igrejas permaneceram fechadas muito tempo, ainda que tenham aberto suas portas para acolher numerosos estudantes africanos.

Há cerca de dez anos começaram a surgir nas periferias de Casablanca ou Rabat  "igrejas domésticas", frequentadas exclusivamente por imigrantes africanos.

Segundo a Constituição do país, "o Islã é a religião de Estado, que garante a todos o livre exercício de culto".

As minorias religiosas no país são formadas por cristãos, judeus, Baha'is e xiitas, representando menos de 1% da população, que continua a ser predominantemente sunita do rito muçulmanno Maliki.

Até o final da década de 1950, o Marrocos tinha uma grande comunidade judaica formada por cerca de 250 mil pessoas, número que caiu vertiginosamente com as partidas para Israel e para a França. Atualmente, os judeus marroquinos não ultrapassam os 2.500.

Não há números disponíveis sobre o número de ateus no reino. No entanto, alguns reivindicam o direito de romper publicamente o jejum durante o mês do Ramadã, sem serem presos ou processados por isto.

O Rei Mohammed VI, que defende um Islã moderado, é apresentado como descendente do Profeta Maomé e "Comandante dos fiéis".

O Marrocos é uma monarquia constitucional com um parlamento eleito. O Rei do Marrocos tem vastos poderes executivos e legislativos, especialmente sobre os militares, a política externa e os assuntos religiosos. O poder executivo é exercido pelo governo, enquanto o poder legislativo é investido tanto no governo como nas duas câmaras do parlamento, a Assembleia de Representantes e a Assembleia de Conselheiros. O rei pode emitir decretos chamados dahirs que têm força de lei. Ele também pode dissolver o parlamento depois de consultar o primeiro-ministro e o presidente do Tribunal Constitucional.

A cultura marroquina é uma mistura de árabes, berberes nativos, Africano subsaariano e influências europeias. As línguas oficiais são o árabe e tamazight. O dialeto marroquino, referido como Darija, e o francês também são muito falados. O Marrocos é membro da Liga Árabe, da União para o Mediterrâneo e da União Africana. Tem a quinta maior economia do continente africano. O país reivindica o território do Saara Ocidental como suas províncias do sul. 

(JE/AFP)








All the contents on this site are copyrighted ©.