Declaração Comum é um "sinal de esperança", diz Sec. do Conselho Mundial de Igrejas


Genebra (RV) – O Papa Francisco e o Papa Tawadros II da Igreja Copta Ortodoxa deram um passo significativo rumo à unidade com a assinatura da Declaração Comum no Cairo. Para o Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), o documento é “um sinal de esperança”.

“Hoje nós, Papa Francisco e Papa Tawadros II, para alegrar o coração do Senhor Jesus bem como os corações dos nossos filhos e filhas na fé, declaramos mutuamente que, com uma só mente e coração, procuraremos sinceramente não repetir o Batismo administrado numa das nossas Igrejas a alguém que deseje juntar-se à outra”, diz o texto da Declaração assinada  em 28 de abril.

O ato foi seguido por uma oração ecumênica na Igreja de São Pedro e São Paulo, local de um trágico  atentado  em 11 de dezembro de 2016.

O Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, também esteve na capital egípcia, acompanhado por uma delegação do organismo, para reunir-se com as Igrejas-membro e o Grande Imame de Al-Azhar e para participar da oração ecumênica. A Igreja Copta Ortodoxa é membro do WCC.

A respeito da Declaração Comum, o Dr. Tveit afirmou ser "um sinal de esperança. Somos, como Igreja, chamados a ser “um” para que o mundo creia. O texto mostra a forte intenção de dar um testemunho comum da fé cristã compartilhada", reiterou.

O Secretário-Geral comentou ainda que "este é um sinal do que representa estar juntos em uma peregrinação de justiça e paz. A dimensão contextual e histórica do acordo é significativa: Os tempos difíceis exigem o nosso comprometimento em orar juntos, rezar “por” e “uns com os outros”, para testemunhar juntos e para demonstrar isso em palavras e ações. Nosso chamado para ser um é também um chamado para trabalhar pela paz e a unidade da humanidade”.

Já o Rev. Dr. Odair Pedroso Mateus, Diretor da Comissão Fé e Ordem do WCC, observou que "em um momento de crescente fragmentação cultural e religiosa e pelo sectarismo, católicos e coptas estão afirmando o que acreditamos ser universalmente humano e universalmente cristã. Eles nos ajudam a chegar mais perto da plena catolicidade, que é precisamente o antídoto para a fragmentação contemporânea e o sectarismo".

O Dr. Olav Tveit considerou ainda que "este acordo entre a Igreja Copta e da Igreja Católica Romana tem dimensões históricas significativas, apontando a volta para a unidade da Igreja que existia nos primeiros séculos, antes de ser rompida mais tarde.

A Declaração diz: “O nosso vínculo profundo de amizade e fraternidade tem a sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos tendo-se expressado de várias maneiras nos primeiros Concílios Ecuménicos, a começar pelo Concílio de Nicéia em 325 e a contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título de «Protetor da Fé»”

Em tempos recentes o reconhecimento recíproco dos Batismos entre diferentes Igrejas tem prevalecido, gesto este que tem sido encorajado pela Comissão do WCC sobre Fé.

O Rev. Tveit acrescentou, que mesmo com os passos significativos,  "ainda permanecem obstáculos para a plena unidade entre católicos e a Igreja Copta”, recordando ao mesmo tempo, os números 5 e 7 da Declaração Comum:  “Conscientes de que ainda há tanto caminho a fazer nesta peregrinação, recordamos o muito que já foi alcançado (...). Enquanto caminhamos para o dia abençoado em que finalmente nos reuniremos à mesma Mesa Eucarística, podemos colaborar em muitas áreas e tornar tangível a grande riqueza que já temos em comum. Podemos testemunhar juntos certos valores fundamentais como a sacralidade e dignidade da vida humana, a sacralidade do matrimónio e da família, e o respeito por toda a criação, que Deus nos confiou”. (JE - WCC)








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