2017-04-28 09:28:00

Sudão do Sul: a crise dos refugiados


Juba – Segundo informa a Agência Angolapress, mais de 95 mil sul-sudaneses entraram no Sudão do Norte desde o início de 2017 – segundo anunciou a ONU nesta quinta-feira (27/4), acrescentando que outros milhares continuam fugindo da guerra e da fome que castigam o país.

Independente desde 2011, o Sudão do Sul declarou estado de fome em algumas regiões do país, em Fevereiro, o que afecta pelo menos um milhão de pessoas.

Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), quase 390 mil sul-sudaneses encontraram abrigo no vizinho Sudão desde que a guerra civil começou no país, em Dezembro de 2013.

As agências da ONU prevêem que as chegadas de refugiados continuarão ao longo do ano e se preocupam com a escassez dos recursos disponíveis para atender as suas necessidades.

Cartum abriu um novo "corredor humanitário" para levar ajuda às pessoas afectadas pela fome no Sudão do Sul, segundo anunciou a coordenadora humanitária da ONU para o Sudão, Marta Ruedas, nesta quinta-feira, num comunicado citado pela Agência France Press. Trata-se do segundo corredor para o Sudão do Sul aberto pelo Sudão no último mês. Será usado para levar ajuda da cidade de El-Obeid, no centro do Sudão, até Aweil, no estado sul-sudanês de Bahr al-Ghazal.

O Programa Mundial de Alimentos entregará cerca de sete mil toneladas de sorgo a 540 mil sul-sudaneses através desse corredor.

Ao todo, 5,5 milhões de pessoas dependem da ajuda alimentar no Sudão do Sul. Nas zonas rurais, os habitantes, que devem, com frequência, esconder-se para evitar os combates, são obrigados a comer folhas de árvores e sementes. Fracos, desnutridos e famintos, bebem água insalubre de charcos, ou córregos, o que faz da cólera uma ameaça permanente.

Em meados de Abril, as autoridades registaram 6.222 casos de cólera, com 172 óbitos, desde o início da epidemia em Junho de 2016. A chegada da temporada de chuvas pode agravar ainda a já difícil situação.                         

País mais jovem do mundo, o Sudão do Sul enfrenta uma guerra civil provocada por uma luta de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar. O conflito se transformou numa sucessão de atrocidades contra os civis cometidas por ambos os campos: massacres étnicos, crianças-soldado, estupros em massa, assassinatos, torturas, entre outros.                        








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