Santa Sé: defender direitos, liberdade e dignidade dos migrantes


Nova York (RV) - O Acordo Global sobre Migrações dará à comunidade internacional a oportunidade de respeitar os compromissos assumidos com a adoção da Agenda 2030, o programa para o desenvolvimento sustentável subscrito em 2015 pelos governos de 193 países membros da Onu.

Foi o que ressaltou o observador permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento esta terça-feira (18/04) em Nova York num debate internacional centralizado nos fluxos migratórios.

A Agenda 2030 é um sinal de esperança

O núncio apostólico recordou que o Papa Francisco definiu a adoção desta Agenda “um importante sinal de esperança”. A Santa Sé considera que esta esperança se transformará em realidade somente se a Agenda for verdadeiramente, de modo équo e eficaz, aplicada para todos, inclusive os migrantes, explicou o prelado.

É urgente responder às necessidades fundamentais de todos

O arcebispo filipino recordou também que o Santo Padre exortou todos os líderes de governo a adotar medidas imediatas, eficazes e concretas para acabar, o mais rapidamente possível, com o fenômeno da exclusão social e econômica. A impossibilidade de um acesso a uma instrução de qualidade, a falta de oportunidade de trabalho e a ausência de uma assistência de saúde adequada encontram-se entre as causas que levam as pessoas a emigrar.

A instabilidade global determina graves consequências negativas

Essas exigências sem respostas criam base de uma instabilidade global. E são muitas as repercussões negativas provocadas por tal instabilidade. Entre elas, o tráfico de seres humanos, a exploração sexual, formas de escravidão ligadas ao trabalho, a prostituição, o comércio de droga, de armas e o terrorismo. Por isso, o primeiro e principal compromisso deve ser o de responder às exigências fundamentais de todos os povos, disse o representante vaticano.

Cada vez mais preocupante o drama dos menores desacompanhados

Um ulterior âmbito de grave preocupação diz respeito às crianças migrantes desacompanhadas. Antes de alcançar importantes objetivos como a reunificação familiar, deve-se olhar para a origem de tal problemática.

A comunidade internacional se empenhe no sentido de fazer cessar conflitos e violências. Essas são as chagas que levam as pessoas a fazer com que seus filhos emigrem na esperança que possam encontrar as condições para uma vida melhor.

Necessidade de abordagem global para governar fenômeno das migrações

No que tange às migrações, a governança não pode ser relegada a um ministério ou a um único departamento. É preciso uma abordagem global que reflita a natureza integral da pessoa humana, ressaltou Dom Auza num segundo pronunciamento sobre o mesmo tema.

Portanto, é indispensável uma resposta comum para as migrações, que leve em consideração a complexidade de tal fenômeno. É igualmente urgente um esforço coordenado que inclua, além das atividades de governo, também a comunidade política, a sociedade civil, as organizações internacionais e as instituições religiosas.

Ninguém pode eximir-se de defender os direitos

Por fim, o observador permanente da Santa Sé na Onu recordou as palavras do Papa Francisco, em 21 de fevereiro passado, dirigidas aos participantes do Fórum “Migrações e paz”. Naquela ocasião o Pontífice se detivera sobre a situação de milhões de trabalhadores e trabalhadoras migrantes, entre os quais muitos refugiados, indivíduos que solicitaram asilo e vítimas do tráfico de pessoas.

“A defesa de seus direitos inalienáveis, a garantia das liberdades fundamentais e o respeito por sua dignidade – dissera – são tarefas das quais ninguém pode eximir-se.” (RL / AL)








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