Bispos cubanos iniciam visita 'ad limina' em 25 de abril


Cidade do Vaticano (RV) - O episcopado cubano dará início em 25 de abril a visita ad limina ao Vaticano. O encontro com o Santo Padre está previsto para a quinta-feira, 4 de maio.

A última vez que os bispos cubanos estiveram no Vaticano para este fim foi em 2008, sob o Pontificado do Papa Bento XVI, quando o então Arcebispo de Camaguëy, Dom Juan de la Carida García Rodríguez - desde 26 de abril de 2016 Arcebispo de La Habana, por desejo de Francisco, em substituição ao Cardeal Jaime Ortega - saudou Bento XVI em nome dos demais bispos.

Na ocasião, o Papa  falou principalmente sobre seis temas: a promoção da vida espiritual, uma atenção especial pelos presbíteros, um renovado compromisso em favor das vocações religiosas, a proximidade aos religiosos, religiosas e missionários (muitos deles estrangeiros), cuidado intenso pela pastoral matrimonail, familiar e do laicado e o serviço aos pobres e necessitados. Foram evitados outros temas, como a relação entre a Igreja em Cuba e a sociedade, o Estado e instituições do Governo, visto que "muitas coisas estavam mudando, mesmo que lentamente".

Depois deste encontro, Bento XVI viajou a Cuba de 26 a 28 de março de 2012. Francisco fez o mesmo em duas ocasiões: em sua visita pastoral de 19 a 22 de setembro de 2015 e em 12 de fevereiro de 2016, para o encontro com o Patriarca Kirill em Havana. 

Na visita ad limina, os três Arcebispos, oito Bispos e um Bispo auxiliar falarão com Francisco sobre o panorama atual da Ilha a menos de um ano da data fixada por Raúl Castro para deixar o poder (fevereiro de 2018), ainda que continuará como Primeiro Secretário do Partido Comunista até 2021.

A Igreja Católica conseguiu ampliar seus espaços de atuação na Ilha após uma melhoria nas relações com o regime, porém ainda queixa-se do escasso acesso aos meios de comunicação, o ensino e inclusive serviços sociais.

O Vatican Insider esteve na Ilha em fevereiro passado e relatou que a percepção do cubano é de que a Igreja Católica "parece ausente", pois se tem a impressão de que caminha "com o freio de mão puxado, com tal discrição que não permite perceber sua presença".

Não parece que "sua presença pastoral, indiscutível, seja valente nem audaciosa", avalia a publicação, que também assinala não ser fácil encontrar em Cuba os textos do magistério do Papa Francisco. A imprensa oficial não publica seus pronunciamentos, limitando-se a indicar algumas frases se o tema é de interesse do governo.

Estes textos, sequer podem ser encontrados no site da Conferência Episcopal cubana.

"As causas desta realidade fazem parte da relação com as instituições do país, porém também dos limites intrínsecos da propria comunidade eclesial", concluem.

(JE/Vatican Insider)








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