Patriarca copta-católico: olhar para os novos mártires e fortalecer a esperança


Cairo (RV) – As tragédias do Domingo de Ramos “colocam à prova a fé dos cristãos egípcios. Também o Patriarca Tawadros está triste e amargurado, e não é fácil chegar até ele para conversar. Nós, diante de tudo isto, olhamos aos novos mártires e pedimos com mais força que Cristo nos fortaleça e custodie a nossa esperança na ressurreição”.

O Patriarca Ibrahim Isaac Sidrak, Primaz da Igreja Copta Católica, descreve com estas palavras à Agência Fides o estado de ânimo existente entre muitos batizados egípcios, depois dos atentados do último domingo em duas igrejas copta-ortodoxas, reivindicado pelo autoproclamado estado Islâmico.

“No dia das tragédias – conta o Patriarca Sidrak – eu estava em Alexandria, celebrando a missa em nossa Catedral, que está a 200 metros da Catedral copta-ortodoxa. Também nós ouvimos muito forte o barulho das explosões”.

Segundo ele, “o fato de o Papa ter confirmado a sua visita é um sinal importante para os cristãos e para toda a nação egípcia. Um eventual cancelamento da visita teria dado a impressão que quem espalha o terror consegue prevalecer”.

Em relação ao combate ao terrorismo, o Patriarca considera inapropriada a estratégia voltada unicamente à repressão ou a caça aos assassinos após os crimes terem sido cometidos. Para ele, “por trás destas ações  desumanas, que têm características diabólicas, estão os discursos que alimentam ódio, que circulam nas mídias sociais, e no final acabam influenciando a mentalidade de tantas pessoas”.

“Há dois anos – recordou -  o Presidente egípcio Al-Sisi insiste que é necessário mudar o “discurso religioso” para cortar pela raiz os pensamentos aberrantes que alimentam o terrorismo. Mas estas palavras não foram ouvidas. Também certos ambientes ligados a Al-Azhar não estão muito convencidos da necessidade de mudar”.

Depois dos atentados -  confidencia o Patriarca copta-católico – “chegam a nós pedidos de diversos lugares para aumentar a segurança diante das igrejas, para a liturgia da Semana Santa. E são as próprias Igrejas que arcam com as despesas pela maior parte dos serviços de segurança. Não quero acusar ninguém – é a sua ressalva -  mas a amargura de muitos é devido ao fato de que estas tragédias se repetem sempre do mesmo modo, com a mesma dinâmica, e nada parece mudar. Nesta situação, frequentemente são os leigos que nos confortam e sustentam a esperança de todos”.

“Rezemos – concluiu - para que o Senhor mostre a sua vitória e converta também os corações dos carnífices, como também pediu o Papa Francisco. Com estas súplicas vamos de encontro a Jesus, para celebrar a Sua Ressurreição, no dia de Páscoa”.

(Fides/je)

 








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