Inalterado programa da viagem do Papa ao Egito. Segurança será reforçada


Cidade do Vaticano (RV) - A viagem do Papa Francisco não sofrerá qualquer alteração em função dos atentados perpetrados este domingo contra duas igrejas coptas, e que provocaram dezenas de mortes.

O Santo Padre tomou conhecimento do ataque durante a Missa do Domingo de Ramos que presidia na Praça São Pedro, na presença de 50 mil fiéis. No Angelus, pediu "a conversão daqueles que semeiam o terror, produzem e traficam armas".

Se por um lado os atentados reivindicados pelo Estado Islâmico não provocarão "nenhuma variação" no denso programa que o Pontífice deverá cumprir nos dois dias em que estará no Cairo, por outro as medidas de segurança serão aumentadas.

De fato, o Papa será protegido num primeiro nível pela Gendarmeria Vaticana. Depois, por um sistema de vigilância e controle em toda a cidade sob responsabilidade das forças de ordem locais e do exército egípcio.

Deslocamentos

Toda a preparação do esquema de segurança realiza-se em estreito contato entre o Vaticano e o Cairo. Agentes da segurança vaticana visitaram todos os locais por onde o Pontífice passará.

Nos deslocamentos pela cidade, como normalmente ocorre em países não-católicos e onde não existem multidões de fiéis pelas ruas, o Papa não usará o papamóvel aberto, à exceção do centro esportivo onde encontrará a comunidade copta-católica no sábado, 29 de abril. Visto a situação do país, usar um automóvel fechado servirá para aumentar as medidas de segurança.

Al-Azhar

Um dos momentos cruciais da estadia de Bergoglio no Egito será a visita à Universidade de Al-Azhar - o maior e mais reconhecido centro do islã sunita - onde encontrará o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al Tayyeb.

Os dois líderes concluirão conjuntamente uma Conferência internacional de Paz que estará se realizando no local. As milhares de pessoas que terão acesso ao à Universidade são conhecidas da referida instituição e das forças de segurança e passarão por um controle rigoroso antes de ingressarem no local.

Mensageiro de paz

Esta nova explosão de violência no Egito contra os cristãos coptas, pouco antes da visita de Francisco, apenas aumenta a motivação do Papa em levar uma mensagem de proximidade à Igreja Copta atingida e o seu apelo em favor do diálogo, da paz e da reconciliação às instituições islâmicas e a toda a sociedade egípcia.

Tawadros II

O Patriarca da Igreja Copta, Tawadros II, estava dentro da Igreja de São Marcos em Alexandria no momento da explosão, ocorrida do lado externo. Mais tarde, ao receber um telefonema do Premier Shrif Ismail para apresentar as condolências pelas vítimas dos ataques contra as duas igrejas, afirmou que "estes atos não destruirão a unidade deste povo e a sua coesão. Os egípcios estão unidos diante deste terrorismo até que tenha sido erradicado. Estas tentativas vis de atingir pessoas em paz em lugares de culto, demonstram que o terrorismo não tem religião".

Durante a coletiva de imprensa para a apresentação da viagem do Papa, o Bispo copta-católico de Luxor, Dom Emanuele, assegurava que para os cristãos no Egito, a situação está "mais segura" com o Presidente Abdel Fattah al-Sisi se comparada com aquela sob a presidência do islamista Mohamed Morsi. (JE)

 








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