Ataque químico na Síria: atenção internacional, do Papa à ONU


Roma (RV) – A atenção internacional sobre o ataque químico de terça-feira (4), na Síria, está mobilizada do Vaticano à ONU, em confronto entre Estados Unidos e Rússia.

Durante a audiência geral de quarta-feira (5), na Praça São Pedro, o Papa Francisco se uniu às manifestações mundiais de “terror” e expressou a sua “firme deploração” contra a tragédia que matou ao menos 86 pessoas na província de Idlib, entre elas, 30 crianças. O Pontífice também exortou “à consciência dos responsáveis políticos, em nível local e internacional” para o fim da guerra e “alívio da população”.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, a reunião desta quarta-feira (5) abordou o ataque com armas químicas na Síria. Os Estados Unidos ameaçaram com uma ação unilateral caso a ONU não responda de forma adequada ao ocorrido. Junto ao Reino Unido e à França, apresentaram um rascunho de resolução para uma investigação exaustiva do ataque.

A Rússia, porém, aliada ao governo sírio de Bashar al-Assad, afirmou que o texto era “categoricamente inaceitável”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, denunciou inclusive um “projeto contra a Síria”, o que poderia agravar ainda mais a situação. Através de um documento alternativo ainda fez partir uma investigação, “antes de indicar os culpados”.

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, declarou que, frente “ao fracasso consistentemente na tarefa de atuar” coletivamente, “há momentos na vida dos Estados em que nos vemos impulsionados a atuar por conta própria”. Os EUA já estariam prontos para intervir na Síria se não for encontrada uma solução definitiva para o conflito que começou em março de 2011.

Segundo Raffaele Marchetti, professor de Relações Internacionais da Universidade Luiss, de Roma, a ONU teria feito mal em levar “todos os atores ao redor de uma mesa, para contribuir no desenho de uma passagem de transição”.

Prof. Marchetti – “Aquilo que as Nações Unidas podem fazer hoje é exatamente isso: criar as condições para que se alcance um acordo e, então, contribuir a manter, naturalmente, ao menos nas partes mais pacificadas, uma situação de estabilidade. Mas penso que o confronto irá continuar. A partida, de fato, se joga muito entre os Estados Unidos e a Rússia. Com os últimos fatos sírios, que embaralharam as cartas, eu diria que ainda é cedo para entender qual será o ponto de comprometimento que deverá acontecer entre Washington e Moscou.” (AC)








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