Santa Sé: redes eficientes para contrastar tráfico e exploração de menores


Viena (RV) - Ameaças para as crianças nas áreas de crise, sistemas efetivos de proteção dos menores e linhas-mestras para o desenvolvimento de políticas eficazes.

Esses foram os pontos que nortearam o discurso do observador permanente da Santa Sé junto à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Mons. Janusz Urbańczyk, na 17ª Conferência promovida e organizada pela OSCE em Viena, na Áustria, esta segunda e terça-feira (3 e 4 de abril) no âmbito da Aliança contra o tráfico de pessoas.

Mons. Urbańczyk recordou, em particular, as múltiplas formas de escravidão das quais as crianças são vítimas. É profundamente chocante que a redução de seres humanos, e em particular de menores, à condição de escravidão tenha se tornado para os traficantes um negócio altamente rentável em várias regiões do mundo.

Trágica realidade de seres humanos reduzidos à escravidão

Ademais, o prelado ressaltou a prioridade de respeitar plenamente o direito de cada criança a viver no seio de sua família. Mas assistimos a trágica realidade de garotas e garotos vítimas de abusos, reduzidos à escravidão, recrutados como soldados em conflitos, envolvidos no tráfico de droga.

Em particular, observou o prelado eslovaco, deve ser enfrentada a questão das crianças migrantes e do desequilíbrio que caracteriza a oferta formativa de base a nível mundial.

Embora todos estejamos comprometidos a proteger a dignidade humana, o lucro permanece sendo a força motriz mais poderosa por traz da exploração e do abuso contra as crianças, afirmou Mons. Urbańczyk.

Redes eficientes para contrastar tráfico e exploração

Recordando que entre os migrantes encontram-se muitas crianças desacompanhadas, o representante vaticano indicou três urgências: dar assistência para garantir que todas as crianças sejam registradas em seus países de origem; fixar acordos internacionais para tutelar os direitos dos menores; criar redes eficientes para enfrentar o tráfico e a exploração.

O representante da Santa Sé recordou, em particular, a iniciativa de “Talitha Kum”, a rede internacional da vida consagrada contra o tráfico de pessoas que promove em mais de 70 países iniciativas contra a vergonhosa chaga do tráfico de seres humanos.

Cooperação entre política, forças de polícia e agências de investigação

Referindo-se às linhas-mestras para enfrentar o deplorável fenômeno do tráfico de pessoas, Mons. Urbańczyk afirmou que é crucial a cooperação eficaz entre política, forças de polícia, agências de investigação nacionais e organizações não governamentais. Uma colaboração necessária também para tutelar os menores ao longo de sua viagem do país de origem ao de destinação, afirmou.

É fundamental reconhecer a necessidade de uma “mudança cultural” para “inculcar em toda consciência” aqueles valores universais tão claramente expressos na Declaração dos direitos do homem, disse por fim o representante vaticano. (RL)








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