Bispos congoleses e Núncio denunciam violências em Kasai


Kinshasa (RV)- “Exorto todos a rezarem pela paz para que os corações dos artífices de tais crimes não permaneçam escravos do ódio e da violência. O ódio e a violência sempre destroem”: palavras do Papa no Angelus de domingo, 2 de abril, ao manifestar sua solidariedade aos habitantes da região de Kasai, na República Democrática do Congo.

Com o Papa, a Igreja local também denuncia as consequências dos confrontos entre agentes de segurança e milicianos do defunto líder tradicional Kamuina Nsapu na região congolesa.

A Conferência Episcopal Nacional Congolesa (CENCO) e o Núncio Apostólico no país, Dom Luis Mariano Montemayor, divulgaram um comunicado para condenar “toda forma de violência contra as vidas humanas e as estruturas públicas e particulares”.

“Há mais de um ano, os sangrentos confrontos entre militares e milicianos de Kamuina Nsapu provocam consequências assustadoras e insuportáveis”, escrevem os Arcebispos, que lamentam o assassinato de policiais e de inúmeros civis, entre os quais dois especialistas das Nações Unidas, o americano Michael Sharp e a sueca Zaida Catalan, e de seu intérprete congolês.

A insegurança criou uma transferência maciça de populações rumo às florestas ou aos principais centros urbanos da região. “As populações vivem numa insustentável precariedade humanitária e alimentar. Algumas paróquias estão quase completamente vazias e abandonadas, em especial nas dioceses de Luiza, Luebo e Mbuijmayi”, afirma o documento, que denuncia também assassinatos de civis no decorrer de ataques, casa por casa, em Nganza e em Katoka II, na Arquidiocese de Kananga.

A CENCO, a Nunciatura Apostólica e o Arcebispo de Kananga pedem o fim do recrutamento de jovens e crianças, dos assassinatos de civis por parte dos insurgentes, das execuções sumárias de cidadãos inocentes, e fazem um apelo à polícia para que faça um uso proporcional da força.

Os signatários pedem ao governo que relancem com urgência a negociação para encontrar uma solução política à crise sociopolítica e humanitária que atinge a região e, ao mesmo tempo, invocam ações concretas para identificar rapidamente os autores dos crimes através de uma investigação independente e objetiva. (BF/Agência Fides)








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