Dom Tomasi: "Querer bem ao próximo, alicerce da sociedade"


Cidade do Vaticano (RV) – Com a participação de 4 cardeais e do Papa Francisco, o Dicastério Vaticano para o Desenvolvimento Humano Integral promove nos próximos dias 3 e 4 de abril o Congresso internacional “Perspectivas para o serviço do desenvolvimento humano integral, há 50 anos da Populorum progressio”. O evento foi apresentado aos jornalistas na manhã de quinta-feira (30/03) pelo Cardeal Peter Turkson, e por Dom Silvano Maria Tomasi, respectivamente Prefeito e Secretário do novo Dicastério.

Publicada em 26 de março de 1967, a encíclica de Paulo VI denuncia o agravamento do desequilíbrio entre países ricos e pobres, critica o neocolonialismo e afirma o direito de todos os povos ao bem-estar. Dedicado à cooperação entre os povos e ao problema dos países em desenvolvimento, o texto propõe a criação um grande Fundo mundial, sustentado por uma parte da verba das despesas militares, para vir em auxílio dos mais deserdados.

O mundo vivia o clima de guerra fria, mas Paulo VI, ao invés de dividi-lo entre Leste e Oeste, denunciava que a verdadeira ‘cortina de ferro’ era a que separava o Norte do Sul: os ‘povos da opulência’ dos ‘povos da fome’. Hoje, cinquenta anos depois, o ‘progresso dos povos’ permanece um sonho, mas a Igreja não desiste e o Papa Francisco, com o seu magistério, é um garante do desenvolvimento humano integral propagado por Paulo VI e relançado como tema protagonista da Encíclica Laudato si.

Para o arcebispo Silvano Maria Tomasi, existe grande continuidade entre o ensinamento social de Papa Paulo VI e do Concílio com o que está dizendo o Papa Francisco.

“O ponto fundamental é que a dignidade de cada pessoa deve ser respeitada e para respeitar esta dignidade, as pessoas devem ter acesso ao trabalho, devem ser integradas na sociedade e participar com pleno direito, e não excluídas. Não pode haver muros. Devemos criar relações construtivas e criativas, que ajudem as pessoas a se conhecer e a se ajudarem a crescer, criando um mundo mais vivível para todos. Assim, a exclusão feita por partidos xenófobos, o populismo, é utilizado para atacar de maneira negativa grupos, comunidades, imigrantes, refugiados, requerentes de asilo. São atitudes que excluem inteiros povos da participação social e política; não podem ser aceitas porque basicamente são contrárias ao grande princípio da vida cristã, que é querer bem ao próximo. É um princípio muito simples, mas é tão fundamental que sem ele, desaba toda a estrutura da sociedade”.

Além do Cardeal Turkson e do arcebispo Tomasi, serão relatores do Congresso, na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, os cardeais Muller (Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé), Parolin (Secretário de Estado) e Tagle (Presidente da Caritas Internacional).

(CM)








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