Hoje, 21 de Abril é, entre outros, Dia Mundial das Florestas; Dia Mundial da Síndrome de Down; Dia Mundial da Poesia, e ainda início da “Semana de Solidariedade com os Povos em lutam contra o Racismo e a Discriminação racial”.
21 de Março foi escolhido pela ONU para Dia Mundial contra o Racismo em recordação do massacre de Sharpville, na África do Sul, onde, a 21 de Março de 1960, a polícia sul-africana disparou contra 69 manifestantes que protestavam pacificamente contra o regime do Apartheid.
Esta Jornada é recordada hoje em Roma pelo Centro Italiano de Solidariedade, D. Mário Picchi. O Director, Roberto Mineo, sublinha que “o racismo é inaceitável e é preciso denunciá-lo em voz alta, sem medo, vencendo todas as formas de silêncio, conivência, omissão”.
Roberto Mineo afirma ainda que nos seus 50 anos de vida o Centro Italiano de Solidariedade sempre recusou determinantemente todas as formas de barreira discriminatória, permanecendo fiel ao seu fundador, D. Mário Picchi, que – diz – nos encorajou a abrir de par em par as portas a quem pedisse ajuda.
Nos últimos anos, o Centro, criado para ajudar homens e mulheres a vencer todas as formas de dependência, tem acolhido imigrados, refugiados e requerentes asilo politico. É um gesto concreto – sublinha Mineo – que “quer dar testemunho da forma como o racismo, infelizmente ainda muito presente na nossa sociedade, muitas vezes em prejuízo de mulheres, se vence todos os dias acolhendo o outro sem medo e, sobretudo, recusando os vergonhosos clichés que tendem a ver no estrangeiro um perigo para a segurança” – rematou.
Também o Presidente da Comunidade de Sant’Egídio, Marco Impagliazzo, exprime o desejo de que este Dia contra o Racismo seja uma ocasião de reflexão sobre as crescentes manifestações de intolerância e violência que têm atingido a Itália nos últimos tempos em relação a estrangeiros, ciganos, mas também pessoas débeis como os sem-abrigo.
Só para dar alguns exemplos, um sem-abrigo italiano foi queimado vivo há poucos dias no sul do país; um cidadão do Bangladesh foi duramente batido num comboio em que viajava, estando hospitalizado em Roma, e encontrando-se em estado grave e um outro cidadão asiático foi agredido por um grupo essencialmente de menores na sua loja na capital italiana.
Marco Impagliazzo, recorda que o antídoto ao racismo é o trabalho tenaz, com visão de futuro, para favorecer o diálogo e a integração, tanto da parte de instituições como da sociedade civil. Na Europa, atravessada por sentimentos de populismo, é preciso, mais do que nunca, investir na cultura da convivência – conclui o Presidente da Comunidade de Sant’Egídio.
E neste dia 21 de Março, é estreado em Roma, o importante documentário do cineasta haitiano, Raoul Peck, “I’m not your Negro” sobre o racismo nos Estados Unidos de ontem e de hoje…
(DA)
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