Santa Sé: combate à droga significa formação, justiça e reinserção


Viena (RV) - Uma formação humana integral, uma resposta da justiça que seja respeitosa da dignidade humana, e uma efetiva reinserção na sociedade. Foram os três pilares que o representante permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Viena, na Áustria, Mons. Janusz Urbańczyk, indicou para prevenir e contrastar a chaga da droga.

Em seu pronunciamento na 60ª Sessão da Comissão Entorpecentes, o prelado ressaltou também que a toxicomania é um flagelo para a humanidade e que a família é o elemento crucial das estratégias de contraste.

Santa Sé recorda esforços realizados pelos Estados

Passado quase um ano da sessão Especial da Assembleia Geral da Onu, realizada em Nova York de 19 a 21 de abril de 2016 e centralizada na chaga mundial das drogas, a Santa Sé evidencia os esforços feitos pelos Estados tanto individualmente quanto em comum – disse o representante permanente.

No documento final daquela Assembleia foi reiterado, entre outros, o compromisso de promover “a saúde e o bem-estar de todos os indivíduos, as famílias, as comunidades e a sociedade em seu conjunto” facilitando estilos de vida salutares mediante iniciativas de redução eficazes”, recordou o prelado polonês.

A toxicomania é uma calamidade para a humanidade

A Santa Sé deseja também recordar o que está escrito na Convenção única de 1961 sobre os entorpecentes: “a dependência de entorpecentes representa uma grande calamidade para o indivíduo e constitui um dano econômico e social para a humanidade”. Essas palavras nos obrigam “a responder sempre com vigor renovado”, explicou Mons. Urbańczyk.

Necessária formação humana integral

A Santa Sé exorta a dar atenção a três aspectos, observou o prelado. Em primeiro lugar, devem ser estudadas as causas que estão na origem da procura e da oferta de drogas. A procura de entorpecentes – alimentada pela ausência de uma família, por pressões sociais, pela propaganda dos fornecedores e pelo desejo de novas experiências – deve ser combatida com um incremento de programas de educação e, mais precisamente, mediante “uma formação humana integral”, voltada principalmente para as pessoas mais vulneráveis da sociedade.

A justiça responda respeitando a dignidade do homem

Em segundo lugar, a resposta aos crimes ligados aos entorpecentes deve completar-se mediante uma justiça autêntica e verdadeira, ressaltou o representante vaticano.

Após ter recordado que a Santa Sé pede a abolição da pena de morte, Mons. Urbańczyk afirmou que se deve seguir a perspectiva de um sistema penal “sempre mais conforme à dignidade da pessoa e ao desígnio de Deus para o homem e a sociedade”. Um sistema de justiça que seja aberto à esperança, observou ele.

Reinserção na sociedade é o mais eficaz instrumento de contraste à droga

O terceiro aspecto diz respeito à necessidade de uma efetiva reinserção na sociedade para tornar eficaz o combate ao “problema mundial da toxicomania”, afirmou o representante da Santa Sé.

Em particular, o prelado recordou o que disse o Papa Francisco em 24 de novembro de 2016 aos participantes do encontro promovido pela Pontifícia Academia das Ciências centralizado no drama da droga.

“Todo toxicômano traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada, o quanto possível, curada e purificada.” “Não podemos cair na injustiça de catalogar o toxicômano como se fosse um objeto ou um mecanismo arruinado.”

A Santa Sé reitera que a família, no combate à droga, é a pedra angular nas estratégias de prevenção, de reinserção e de contraste, concluiu o representante vaticano. (RL / AL)








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