Papa Francisco visitará Colômbia de 6 a 11 de setembro


Cidade do Vaticano (RV) - Acolhendo ao convite do Presidente e dos bispos colombianos, o Papa Francisco visitará a Colômbia de 6 a 11 de setembro próximo, visitando as cidades de Bogotá Villavicencio, Medellín e Cartagena. Foi o que declarou a Vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma Garcia Ovejero, nesta sexta-feira (10/03). O programa da viagem será publicado proximamente.

Contemporaneamente ao anúncio da Sala de Imprensa da Santa Sé, realizou-se, em Bogotá, uma coletiva de imprensa onde foi apresentado o logotipo da viagem do Papa.

O texto que acompanha o logotipo da vigem do Papa Francisco à Colômbia destaca que o país “viveu o conflito armado mais longo da América Latina. Os mais de 50 anos de violência deixou uma ferida muito profunda no coração de uma sociedade que anseia reconstruir, curando as feridas que lhe causaram somente dor, indiferente diante da violência e distante das lágrimas. Os colombianos aprenderam a conviver com a violência. Durante muito tempo a aceitamos e justificamos. A dor se tornou parte de nossa história e fez com esta permeasse o coração de milhões de cidadãos”. 

Lesão profunda

“Esta é uma história de violência que deixou uma lesão profunda e fez com que muitos perdessem os laços que nos uniram como colombianos. Separamo-nos como nação, nos sentamos em bancos diferentes e nos esquecemos do diálogo e da escuta ao próximo. Vestimo-nos de cores, rótulos e marcas que nos tornaram inimigos, no mais profundo de nosso ser o sentimento de perder a esperança, alimentado por traços de dor e ódio. Sentimentos que nos levaram a desrespeitar a dignidade humana, o valor da vida e da confiança como colombianos. Esta guerra nos roubou a possibilidade de sonhar com um país diferente, um país em paz”, destaca ainda a mensagem.

“Percebemos que 50 anos de guerra não foram o nosso maior problema e nem a única coisa que nos define. O problema foi os 50 anos de motivos que apagaram de nossos corações os valores da paz e da unidade. Optamos em nossa vida cotidiana pela violência como forma de vida; uma forma de relacionarmos com as nossas famílias, nossos amigos, nossos vizinhos e nós mesmos. Deixamos a outros a tarefa de construir um país e não entendemos que a construção da paz sempre esteve em nossas mãos. A paz é construída em espaços pequenos, nas mesas na hora de partilhar uma refeição, nas esquinas dos bairros, na maneira como dialogamos com o nosso próximo, na forma como cuidamos de nossos filhos e como respeitamos os nossos pais. Hoje, como observou o Santo Padre, “perdemos o encanto de sonhar juntos, de caminhar juntos. Hoje, devemos nos encontrar e nos atrever a sonhar. Não importam quantas foram as quedas, nunca devemos perder o encanto de sonhar com um caminho diferente”.

Momento de graça

“A visita do Papa Francisco à Colômbia é um momento de graça e alegria para sonhar com a possibilidade de transformar o nosso país e dar o primeiro passo. O Santo Padre é um missionário para a reconciliação. Sua presença nos ajudará a descobrir que é possível voltar a nos unir como nação para aprender a nos olhar novamente com os olhos da esperança e misericórdia. Devemos ser os artesãos de nossa paz, como Jesus nos ensinou. Por isso, como Igreja, temos a responsabilidade de ser missionários de paz e encontro a fim de ensinar o país a se descobrir com ações de paz em seu coração. Este sonho exige o esforço de todos e se constrói a cada dia. É necessário dar o primeiro passo que nos ajuda a nos aproximar de Jesus, a nos encontrar novamente com o amor de nossas famílias, desarmar as palavras com o nosso próximo e ter compaixão por aqueles que sofreram”, destaca ainda o texto.

“A vinda do Santo Padre à Colômbia é um convite para que como colombianos nos vejamos com esperança e possamos dar o primeiro passo para: reconhecer o sofrimento dos outros, perdoar aqueles que nos feriram, voltar a nos encontrar como colombianos, entender a dor dos que sofreram, curar o nosso coração, descobrir o país que se esconde atrás das montanhas e construir a nação que sempre sonhamos: um país em paz. É um convite do Papa Francisco a ir para as ruas a fim de estar ao lado dos colombianos na construção da paz. ‘Quero que a Igreja vá para as ruas, a paz se constrói caminhando’.” 

Semear a esperança

Esta visita é “apresentada com a imagem do Santo Padre caminhando a fim de construir um símbolo de ação, dar o passo e começar a construir e sonhar, pois toda mudança começa com a conversão do coração (indivíduo), toda mudança precisa de um momento para voltar a nos encontrar (coletivo). É um momento em nossa história para nos descobrir como nação. Por isso, hoje, temos de semear a esperança em nossos corações, a bondade em nossas ações, a paz em nossas palavras e o amor em nosso país para que desta forma a vinda do Santo Padre seja um ponto de partida para começar algo novo. “A riqueza parte do coração de cada um nas ações de cada dia”. Com minhas mãos que semeiam, com o meu coração que compreende, com a minha mente que sonha, posso colher um futuro melhor e no unir através de uma palavra no espírito que será o sopro de vida, para enfrentar os desafios que enfrentamos nesta nova etapa em que nos encontramos.

“A principal ameaça é pensar que a paz está nas ações dos outros”, conclui o texto recordando as palavras do Papa Francisco.

(MJ)








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