Papa receberá Chefes de Estado e de Governo da União Europeia


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco receberá, no próximo dia 24, no Vaticano, os Chefes de Estado e de Governo da União Europeia que estarão na capital italiana para celebrar o 60º aniversário do “Tratado de Roma”.

A notícia foi divulgada, nesta sexta-feira (02/03), pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke. O encontro se realizará, às 18h locais, na Sala Regia da Residência Apostólica Vaticana. 

Em seu discurso ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em 25 de novembro de 2014, o Papa Francisco elogiou a União Europeia por promover os direitos humanos, mas evidenciou o risco de cair nos direitos individualistas, esquecendo que “todo ser humano se encontra num contexto social em que os seus direitos e deveres estão conectados aos dos outros e ao bem comum da própria sociedade”.
 
O Santo Padre sublinhou também que “uma Europa que não é capaz de se abrir para a dimensão transcende da vida é uma Europa que lentamente corre o risco de perder a própria alma e o espírito humanístico que ama e defende”. 

Naquela ocasião, o Papa fez um apelo a não ter medo do cristianismo: “Considero fundamental não somente o patrimônio que o cristianismo deixou no passado para a formação sociocultural do continente, mas sobretudo a contribuição que pretende dar hoje e no futuro para o seu crescimento. Essa contribuição não constitui um perigo para a laicidade dos Estados e para a independência das instituições da União, mas um enriquecimento.”

Ao receber o “Prêmio Carlos Magno”, em maio do ano passado, entregue pela União Europeia àqueles que se destacam na defesa dos valores europeus, o Papa disse que sonha “um novo humanismo europeu”. 

“Sonho uma Europa jovem, capaz de ser uma mãe que respeita a vida e oferece esperanças de vida”, disse o Pontífice. Uma Europa que cuida das crianças, que “socorre como um irmão os pobres e quem chega procurando acolhimento, porque já não tem mais nada e pede ajuda”. 

Francisco sonha “uma Europa que escuta e valoriza as pessoas doentes e idosas para que não sejam reduzidas a objetos de descarte porque improdutivas”. 

“Sonho uma Europa onde ser imigrante não é um delito, mas um apelo a um maior compromisso com a dignidade de todos os seres humanos. Sonho uma Europa onde os jovens respirem o ar puro  da honestidade, amem a beleza da cultura e de uma vida simples, não poluída pelas solicitações sem fim do consumismo; onde casar e ter filhos sejam uma responsabilidade e uma grande alegria, não um problema criado pela falta de trabalho suficientemente estável”, disse o Papa naquela ocasião.

O Papa “sonha uma Europa das famílias, com políticas realmente eficazes, centradas mais nos rostos do que nos números, mais no nascimento dos filhos do que no aumento dos bens”. “Sonho uma Europa que promova e tutele os direitos de cada um, sem se esquecer dos deveres para com todos. Sonho uma Europa da qual não se possa dizer que o seu compromisso em prol dos direitos humanos constituiu a sua última utopia”, concluiu Francisco. 

(MJ)








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