Papa encontra os párocos de Roma: recordar, esperar e discernir


Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de quinta-feira (02/03) o Papa Francisco deixou o Vaticano e foi até a Basílica de São João de Latrão para encontrar os párocos da Diocese de Roma.

Trata-se de um evento tradicional realizado após a Quarta-feira de Cinzas, para ajudar o presbitério romano a percorrer de maneira frutífera o itinerário espiritual e pastoral da Quaresma. O retiro teve início com a Hora Média, seguida da liturgia penitencial guiada pelo Bispo Auxiliar Dom Angelo De Donatis. Francisco confessou alguns sacerdotes e, na sequência, fez a sua meditação.

O Papa propôs ao clero o tema do progresso da fé na vida do sacerdote, partindo da exortação dos discípulos contida no Evangelho de Lucas: “Senhor, aumenta-nos a fé!”.

A longa meditação do Pontífice teve como fio condutor a experiência de Simão Pedro, dividida em três momentos: a memória, a esperança e o discernimento.

Recordar

Para Francisco, é sempre importante recordar a promessa do Senhor. A cruz é um ponto firme, como o lema de São Bruno: “A Cruz está fixa enquanto o mundo gira”. É como um jogo de basquete, afirmou o Papa, o pé está firme no chão para proteger a bola. Fazer memória das graças recebidas confere à fé a solidez da encarnação.

Esperança

Já a esperança é o que abre a fé às surpresas de Deus. O nosso Deus é sempre maior do que tudo aquilo que podemos pensar e imaginar sobre Ele. A abertura da esperança confere à nossa fé frescor e horizonte. Não se trata de abrir a uma imaginação para projectar fantasias e desejos próprios, mas a abertura que provoca contemplar a espoliação de Jesus.

Discernimento

Por fim, o discernimento é o que concretiza a fé, que a torna “operosa por meio da caridade”, aquilo que permite dar um testemunho crível. “O discernimento do momento oportuno (kairos) é fundamentalmente rico de memória e de esperança: recordando com amor, fixa o olhar com lucidez àquilo que melhor guia rumo à Promessa.”

Neste caminho da progressão da fé, o mal está sempre à espreita, através das tentações e das provações. O mal, afirmou o Papa, tem a sua origem num ato de orgulho espiritual e nasce da soberba de uma criatura perfeita.

Em sua trajectória, Simão Pedro experimenta inúmeros momentos em sua vida, porém com uma única lição: aquela do Senhor que confirma a sua fé para que ele confirme a fé do seu povo. “Peçamos também nós a Pedro de nos confirmar na fé, para que nós possamos confirmar a fé de nossos irmãos.”








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