Maceió: Fazendinha leva esperança e dignidade aos detentos


Cidade do Vaticano (RV) – Neste mês de fevereiro, está sendo inaugurada a Unidade Rural Santa Zélia e São Luís na cidade de Messias, na região metropolitana de Maceió. A comunidade vai receber os internos da Casa do Servo Sofredor, que fica localizada no Complexo Juvenópolis, obra social da Arquidiocese de Maceió, e alguns apenados do sistema carcerário.

Na Unidade, serão realizados trabalhos no campo, com agricultura biológica e pesca, além de produtos artesanais. Nosso hóspede é o Arcebispo, Dom Antônio Muniz, carmelita, que explica o sentido desta iniciativa. Ouça aqui:

“Estamos abrindo um espaço lindíssimo, a Comunidade Santa Zélia e São Luis, os pais de Santa Terezinha. É uma comunidade no campo. Nós conseguimos através da CPT, em um assentamento, um grande espaço que eu pedi que fosse reservado para criar uma Unidade Rural para o pessoal que nós acolhemos e que tem vocação para a agricultura, e também estando abrindo para o sistema das prisões, para os prisioneiros, os apenados agricultores que queiram recomeçar a sua vida a partir de uma comunidade no campo, nós estamos abrindo o que chamamos de Fazendinha, onde temos a possibilidade de acolher. No momento, neste mês de fevereiro, estamos já acolhendo 20 apenados que foram selecionados, contatados pela Pastoral Carcerária e selecionados pelo sistema penitenciário: psicólogos e seus grupos, e depois inseridos no processo. O juiz da Vara de Execuções Penais intervém e faz também a sua parte. Assim, todos nós seremos beneficiados; a pessoa vai viver naquela comunidade e comutar suas penas.

Uma semana trabalhada na agricultura vale duas semanas na contagem da pena do apenado. Então, esta é a experiência que nós estamos fazendo agora, no flanco de toda esta complexidade do sistema penitenciário, no sistema judiciário do Brasil. Oferecemos esta possibilidade para que não digam que ficamos apenas falando, criticando e denunciando. Nós também oferecemos ao sistema penitenciário esta possibilidade que, com certeza, será muito bem vista. Este pessoal vai viver uma vida comunitária, vai produzir sem usar agrotóxicos e nós estamos viabilizando a chamada Feirinha da Solidariedade, aonde eles expõem a produção; que é vendida. O dinheiro é repassado para cada uma de suas comunidades. Portanto, beneficiando as próprias pessoas.

“É uma forma de integrar não só a conquista da terra, mas a conquista da terra com dignidade e sustentabilidade”. 

(CM)

 








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