Igreja no Egito deplora violência contra coptas: Sinai, região perigosa


Cairo (RV) - A área onde ocorreram os assassinatos de cristãos cooptas na Península do Sinai "é uma área muito perigosa, na fronteira com Israel e a Faixa de Gaza", onde há tempos atuam "grupos jihadistas e terroristas, entre os quais, o Estado Islâmico.

Foi o que afirmou à Asianews o Padre Rafic Greiche, porta-voz da Igreja Católica egípcia, ao comentar o assassinato de membros da minoria religiosa em Al-Artish, capital do Governatorato do Sinai do Norte. "Nestes dias atacaram cristãos - acrescenta o sacerdote - mas no passado, mesmo recente, os ataques envolveram muçulmanos e, sobretudo, militares do exército".

Na última semana, três cristãos coptas foram assassinados na região. Diante e ameaças de violência e dos ataques, mais de 200 famílias deixaram Al Arish nas últimas duas semanas. Em 19 de fevereiro, um vídeo publicado pelos jihadistas no site Telegram ameaçava atacar a comunidade copta.

O sacerdote confirma a "periculosidade" da área em que ocorreram os ataques destes dias, e que "no passado, envolveram também turistas". "Estamos tristes pelo que está acontecendo - prossegue o sacerdote - e pelas violências contra os coptas. Estamos com eles, rezamos por eles e queremos manifestar toda a nossa proximidade".

Todavia - prossegue o porta-voz da Igreja Católica egípcia - é necessário "continuar a manter firme a nossa fé", mesmo diante dos ataques. O certo, é que aquela zona é, há tempos, muito perigosa e "talvez fosse melhor abandoná-la por algum tempo. Estão em andamento operações militares, atuam grupos terroristas, está em curso uma guerra, por isto as condições são assim tão difíceis, e é difícil viver na normalidade".

Diferente, porém, é o discurso no que diz respeito ao resto do país, onde o Governo procura garantir a segurança, mesmo que seja impossível prever e evitar a tempo qualquer ação terrorista. "Nunca se pode saber onde e quando poderão atacar - conclui Padre Rafic - como ocorreu também na Europa, em Paris, Nice, Bruxelas e na Alemanha. Isto, porém, não deve impedir de seguirmos em frente e manter firme a nossa fé".

Desde o golpe militar de 2013, que destituiu Mohamed Morsi e o governo da Irmandade Muçulmana, o norte do Sinai é palco de atentados sangrentos perpetrados por milicianos jihadistas. Os ataques são sobretudo contra unidades do exército, policiais, funcionários da segurança, não tendo sido poupada nem mesmo a minoria copta, que representa 10% do total da população egípcia e a maior no Oriente Médio.

(Asianews – JE)








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