Specola Vaticana: descoberta de sete planetas é interessante, não revolucionária


Cidade do Vaticano (RV) - “Extremamente interessante”, mas “não é uma descoberta de alcance revolucionário.” Com essas palavras, o diretor do Observatório astronômico vaticano (Specola Vaticana), o jesuíta Guy Consolmagno, comenta o anúncio difundido esta quarta-feira (22/02) pela Nasa, da descoberta de sete novos exoplanetas, com dimensões comparáveis às da Terra, que se encontram num único sistema solar distante de nós 40 anos luz.

De Tucson, EUA, onde em 1981 a "Specola Vaticana" fundou um segundo centro de pesquisa entre os maiores e modernos da astronomia observacional, o religioso estadunidense não se declara particularmente surpreso pela notícia:

“O grupo de especialistas já havia anunciado a descoberta de vários planetas neste sistema solar e temos conhecimento da existência de vários milhares de sistemas planetários.”

Dos sete novos exoplanetas, ao menos três deles – em cuja superfície é provável a presença de água líquida – se encontram numa zona chamada “habitável” que poderia permitir a formação da vida.

Os resultados do estudo, conduzidos por um grupo de astrônomos coordenados por Michaël Gillon do Instituto Star da Universidade de Liège na Bélgica, foram publicados na revista científica “Nature”.

O que a descoberta representa a nível científico?

Guy Consolmagno:- A atenção concentrou-se em grande parte na possibilidade que existam formas de vida sobre alguns novos planetas. Porém, a meu ver, aquilo que é de especial interesse é o número e dimensão em relação à estrela deles. Conhecer a existência de vários sistemas planetários é o primeiro passo para o desenvolvimento de teorias científicas sobre a formação dos planetas.

É realmente possível que possa existir vida neles?

Guy Consolmagno:- Naturalmente esse é o motivo porque é tão importante encontrar outras formas de vida além das conhecidas na Terra. Somente quando teremos conhecimento de uma grande variedade de vida seremos capazes de compreender como a vida pôde ter sido originada, e o que entendemos com o termo “vida”.

O estudo sobre o universo deve levar-nos a esperar novidades surpreendentes?

Guy Consolmagno:- No que diz respeito à surpresas do universo... a única coisa que não espero é não ser tomado de surpresa! Deus nos fala através da Sua criação – parafraseando a Carta de São Paulo aos Romanos. Através da minha vida sei que fomos criados por um Deus de amor, alegria e surpresas.

Portanto, o Observatório astronômico vaticano perscruta as estrelas para compreender o homem?

Guy Consolmagno:- Deus tornou esse universo possível. Cabe a nós, cientistas e fiéis, aprender mais sobre aquilo que Ele criou e como o criou. Isso nos permitirá conhecê-Lo mais de perto. Toda nova surpresa é uma pequena explosão de alegria diante da Sua grandeza criativa. (Sir / RL)








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