Igreja no Vietnã recorda Pe. Malo, missionário que muito amou a Ásia


Hanói (RV) - Vietnã. “O amor jamais é derrotado” e “nos leva sempre à vitória: ama Deus, a Ásia, ama o teu próximo”. Assim viveu Pe. Jean Baptiste Malo, missionário vítima de um “martírio incruento”, recordado estes dias em Vĩnh Hôi, na paróquia do bairro Ngan Sal, Diocese de Vinh.

Também o núncio apostólico no Vietnã – núncio não-residente –, Dom Leopoldo Girelli, encontrava-se presente na celebração, mas não pôde celebrar a missa, tendo sido proibido para tal pelas “autoridades”.

O rito foi celebrado pelo bispo de Vinh, Dom Paul Nguyên Thái Hop, e pelo bispo auxiliar, Dom Pierre Nguyên Văn Viên, com a participação de quase cem sacerdotes e milhares de leigos. Estiveram também representadas a embaixada da França e a Postulação para a beatificação de Pe. Jean Baptiste Malo.

Numa carta ao povo de Deus, referindo-se à circunstância festiva, Dom Girelli afirmou: “hoje é uma ocasião realmente especial, muito importante e quis muito estar aqui para rezar com vocês. Infelizmente, foi-me proibido pelas ‘autoridades’, mesmo estando no momento na Diocese de Vinh”.

“Padre Malo era das Missões Exteriores de Paris, um cidadão da nobre França e um amado filho da Igreja católica francesa.” “Amava muito a Ásia. Tinha deixado seu país para ir à China, onde transcorreu 18 anos nos quais anunciou o Evangelho de Jesus Cristo e ajudou os pobres.”

“Quando expulso da China não deixou o continente asiático, transferindo-se para Laos, onde viveu por dezesseis meses em circunstâncias extremamente difíceis. Pe. Malo sempre amou a Ásia e as terras da Indochina.”

Era um missionário, um mensageiro de Jesus Cristo. Como todos os outros mensageiros, sempre teve uma vida nômade em função da evangelização. É significativo que tenha morrido na estrada vítima de esgotamento durante a trágica viagem rumo à Diocese de Vinh.

“Morreu de esgotamento físico. Sua morte não foi causada por um ato de violência. Não derramou o sangue como tantos outros mártires, mas não tinha mais sangue em seus sistema circulatório: podemos dizer que seu martírio foi um ‘martírio incruento’”, ressalta Dom Girelli.

“Seu amor pela Ásia, as viagens missionárias e o martírio de Pe. Malo deixaram-nos um exemplo de seguimento da vontade de Deus e de força da fé para testemunhar Jesus Cristo e os valores cristãos na difícil situação da sociedade de hoje”, acrescenta.

“Deus tem um plano para a Igreja no Vietnã, mas precisa de colaboração. O futuro da Igreja no Vietnã depende de vocês e da fé de vocês. Sei que vocês estão enfrentando muitos desafios. A fidelidade de vocês aos princípios cristãos é desafiada de muitos modos, inclusive pelos processos de secularização e pelos limites à própria liberdade religiosa.”

No final, “o amor traz sempre a vitória para nós”, “é a realidade necessária para construir nosso futuro num clima de paz”, observa o núncio apostólico na referida missiva. (AsiaNews / RL)








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