Card. Maradiaga: reformas da Cúria não se veem porque não fazem barulho


Cidade do Vaticano (RV) - Reforma da Cúria romana. “Já fizemos dezoito reformas. Por vezes nos perguntam ‘o que faz esse Conselho de cardeais? Não vemos resultados’. Ao invés, há resultados, mas não são vistos porque não fazem barulho. No discurso de Natal do ano passado à Cúria romana o Papa Francisco os elencou justamente para mostrar que se está caminhando.”

É o que afirma o arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, também coordenador do Conselho de 9 cardeais (C9) instituído pelo Papa Francisco, numa entrevista publicada pelo semanário da Igreja em Turim – noroeste da Itália – “A Voz e o Tempo”.

O purpurado hondurenho conta como nasceu o C9 e o trabalho de Reforma da Cúria realizado nestes anos. “Entre as questões enfrentadas, um número excessivo de dicastérios”, diante do qual “se fez um agrupamento de alguns conselhos em dicastérios, não para dar mais importância a alguns, mas para simplificar a burocracia e trabalhar com mais agilidade. Não para centralizar, mas para enxugar”, ressalta o Cardeal Maradiaga.

Para o coordenador do C9, “quando as reformas forem feitas” sairá a nova constituição sobre o governo da Igreja: “não será o início, mas o fim de um processo”, assegura o purpurado, para o qual “o Conselho continuará porque não foi constituído somente para reformar a ‘Pastor bonus’, mas para oferecer conselhos quando o Santo Padre solicitar”.

Em seguida, o cardeal hondurenho ressalta que “quando o Papa Francisco fala de ‘Igreja em saída’ nos diz que não devemos limitar-nos a nossas cúrias, a nossas residências clericais, mas ir ao encontro daqueles que se distanciaram ou daqueles que jamais encontramos porque ninguém nunca lhes falou de Deus”.

Trata-se de difundir “aquela alegria do Evangelho” apresentada na “Evangelii gaudium”, que “resume o estilo sul-americano do Papa Francisco: a alegria”.

Referindo-se ao próximo Sínodo sobre os jovens, o purpurado evidencia que “devemos preparar-nos bem, ouvindo também aqueles jovens que não vão à igreja, os marginalizados por causa da droga, devemos atraí-los a Deus”.

Assim “como fez Dom Bosco e como nos repete o Papa Francisco, olhando para uma Igreja que caminha com eles, aberta à mudança, em saída para fazer-se próxima de cada um”, conclui o Cardeal Maradiaga. (Sir / RL)








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