Cidade do Vaticano (RV) - A Pontifícia Academia das Ciências promoveu recentemente, no Vaticano, o encontro internacional sobre “Trafico de Órgãos e Turismo dos Transplantes”.
O transplante de órgãos é um desenvolvimento fantástico da medicina, uma tecnologia
incrível que salva vidas, mas infelizmente, por causa da escassez de órgãos disponíveis,
o tráfico de órgãos, crime silencioso e lucrativo do século XXI, fornece órgãos a
pessoas com recursos econômicos que viajam para áreas desfavorecidas do Planeta onde
outras pessoas cedem um rim ou um pedaço de fígado em troca de dinheiro.
Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) intitulado ‘Diretrizes
para uma política de doação e transplante de órgãos humanos’, “a falta de órgãos levou
muitos países a elaborar procedimentos e sistemas destinados a aumentar a oferta,
mas lamentavelmente estimulou o tráfico comercial de órgãos humanos, sobretudo de
doadores vivos não aparentados com os receptores”.
“Além disso, a crescente facilidade de comunicação e viagens internacionais fez com
que muitas pessoas passassem a viajar para o exterior para ir a centros médicos que
fazem publicidade quanto à sua capacidade de realizar transplantes e proporcionar
órgãos doados. Nas últimas décadas, ficou mais evidente a existência desse comércio
e do tráfico de seres humanos que o acompanha”, destaca o relatório da OMS.
No Brasil, as instituições médicas garantem que é difícil um órgão ser transplantado
irregularmente. Porém, em países como Índia e Paquistão existem uma fila de pessoas
dispostas a vender seus rins e parte de seu fígado.
Na China, os órgãos são geralmente de prisioneiros executados. Estima-se que 90% dos
órgãos do país provêm de presos mortos.
A China afirmou que suspenderia por completo a utilização de órgãos de presos executados
para transplantes a partir de 1º de janeiro de 2015.
Segundo o jornal italiano 'La Repubblica', a participação dos representantes chineses
no encontro realizado, no Vaticano, foi criticada pelos ‘Médicos contra a extração
forçada de órgãos’ (Dafoh – Doctors against forced organ harvesting), pois não há
garantias de que o Governo chinês tenha realmente abolido o seu programa de extração
de órgãos.
O Dr. José Medina Pestana, Professor titular e Chefe do setor de transplante renal
da Universidade Federal de São Paulo, foi um dos representantes, no Vaticano, da Sociedade
Brasileira de Transplante de Órgãos.
A propósito desse tema, eis o que disse.
(MJ)
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