ONU: mutilação genital feminina viola os direitos humanos


Nova Iorque (RV) - Foi celebrado, nesta segunda-feira (06/02), o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.

De acordo com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a mutilação genital feminina precisa acabar totalmente até 2030. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, lembrou que a prática viola os direitos humanos, destacando que as mulheres e as meninas que sofrem a mutilação perdem “sua dignidade, enfrentam riscos para a saúde e sofrem uma dor desnecessária”.

O que é

As consequências duram a vida toda e podem ser fatais. O assessor sênior do Fundo de População da ONU (Unfpa), Elizeu Chaves, explicou o que é a mutilação genital feminina, na entrevista à ONU News em Nova Iorque.

“É uma prática realizada hoje em cerca de 30 países do mundo e consiste na remoção de parte da genitália feminina parcial ou integral, da genitália externa. É uma prática que segue valores e tradições de algumas comunidades. Trata-se na verdade de uma violação de direitos humanos, sem nenhum tipo de benefício no campo da saúde.”

Segundo ele, existem 200 milhões de garotas e mulheres no mundo que sofreram essa violação. A maioria são meninas com menos de cinco anos.

Guiné-Bissau

Quase metade dos casos ocorre em apenas três países: Egito, Etiópia e Indonésia. O especialista do Fundo de População da ONU  informou que entre as complicações estão sangramentos, cistos, infecções, infertilidade e morte.

Essa agência da ONU trabalha com vários países para tentar conscientizar as comunidades sobre a importância de pôr um fim à mutilação genital feminina. Elizeu Chaves menciona a Guiné-Bissau e outras nações como casos de sucesso.

"Nossa parceria levou à criação de um módulo de atenção obstétrica e neonatal de emergência, que já incorpora a prevenção à mutilação genital como parte integrante do exercício dos profissionais de saúde. Nos últimos anos, por conta deste programa conjunto, 13 dos 17 países que são beneficiados já estabeleceram uma linha orçamentária com recursos para enfrentar a mutilação genital feminina. Mais de 1,6 milhão de meninas atendidas receberam serviços relacionados à mutilação genital feminina."

Apesar da maioria dos casos ocorrer na África, a prática é também realizada em nações do sudeste-asiático e até da América Latina. A comunidade indígena Emberá, da Colômbia, por exemplo, acredita que a mutilação genital feminina ajuda a prevenir a infidelidade.

(MJ/Rádio ONU)








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