Papa encontra jovens músicos bolivianos em audiência geral


Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (25), no Vaticano, o Papa Francisco saudou os pequenos músicos da orquestra “Hombres Nuevos”, da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra. O projeto, com uma história de 25 anos, estimula a recuperação de jovens em condições econômicas desfavoráveis, transformando-os em artistas talentosos e construindo um modelo que permita melhorar a vida da população local.

Os jovens pertencem ao bairro mais pobre da periferia de Santa Cruz, o Plan 3.000. Segundo explicou aos jornalistas o embaixador da Bolívia junto à Santa Sé, Julio Cesar Caballero Montero, “a história deles é comovente: na base desses resultados artísticos existe uma grande demonstração de fé e esperança. A pobreza em que vivem não foi nem uma condição e nem um limite para ajudar a emergir o talento e o desejo deles de aprender e interpretar as partituras de música sacra e as composições de estilo barroco de Domenico Zipoli, um dos jesuítas que chegaram às Missões de Chiquitos na América, no século XVII”.

Pela qualidade musical, a orquestra virou referência na cidade de Santa Cruz e, hoje, é também reconhecida em todo o território nacional por interpretar obras coloniais, barrocas europeias, música para orquestras com cordas de Grieg, Tchaikovsky e Barber, por exemplo. Dom Nicolas Castellanos, bispo emérito de Palencia, nascido na Espanha, é o mentor do projeto “Hombres Nuevos” de Santa Cruz.

Como parte da preservação da identidade e originalidade da música barroca, os diversos instrumentos utilizados no projeto são produzidos nas próprias Missões Jesuítas de Chiquitos, uma região boliviana limítrofe com o Brasil, lugar onde, ainda hoje, é possível encontrar artesãos especializados na criação de instrumentos musicais de estilo barroco.

O símbolo da orquestra testemunha uma influência religiosa muito importante: o anjo que os jesuítas quiseram como protetor da sua missão em Santa Cruz. O embaixador lembra que “aqueles missionários, como o italiano Domenico Zipoli, não impuseram nada. Aprenderam, então, a língua guarani. Um sinal de grande respeito”.

Os jovens bolivianos devem se apresentar em igrejas e institutos artísticos de Roma para somente depois voltar à Bolívia. (AGI/AC)








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