Card.Erdő no Fórum católico-ortodoxo: negar Deus não evitará tensões


Paris (RV) - “A opressão da experiência religiosa não é solução. Negar Deus não evitará as tensões. Pelo contrário, o secularismo enfraquece a vida social e sempre traz mais insegurança.” Foi o que disse o arcebispo de Esztergom-Budapeste, Cardeal Péter Erdő, abrindo na tarde desta segunda-feira (09/01) em Paris o V Fórum europeu católico-ortodoxo, cuja edição tem como tema “A Europa no temor da ameaça do terrorismo fundamentalista e o valor da pessoa e a liberdade religiosa”.

Trata-se – disse o cardeal húngaro – de “um dos temas mais presentes na vida de nossos cidadãos na Europa: o medo causado pelo terrorismo, o qual comumente tem sua raiz no fundamentalismo colocando em discussão a dignidade da pessoa humana e criando dificuldade para uma liberdade religiosa sadia, sem a qual não existe paz social”.

“Vemos crescer especialmente entre os jovens um grande desejo de radicalidade e de uma vida não banal: porém, esse desejo não deve levar a um fundamentalismo e muito menos ao ódio do outro e ao terrorismo, mas sim, como Jesus nos ensina, a amar a Deus com todo o coração e ao próximo como a nós mesmos”, continuou o purpurado.

Medo é fruto da fragilidade da civilização europeia, do individualismo, do consumismo e de uma ameaça externa

O arcebispo magiar disse ainda que o medo “provém da fragilidade da civilização europeia atual, da Europa do individualismo e do consumismo”, mas “é também fruto de uma ameaça externa. Quem nos ameaça? Quem nos quer mal? Quem não sente necessidade de respeitar e de cuidar da dignidade da pessoa humana?” – questionou o Cardeal Erdő.

Segundo o purpurado, “isso explica porque os cristãos são mais do que nunca necessários na Europa. Por conseguinte, estamos decididos a fazer destes dias de trabalho um tempo de reflexão e de empenho para levar a nossas Igrejas e a nossos fiéis uma palavra de conforto, mas também para reforçar o chamado a uma presença na vida social comprometida com a promoção da justiça, o cuidado pelo bem comum e pela dignidade da pessoa e, além disso, pela defesa da liberdade religiosa, para dar a todos o bálsamo da divina misericórdia”. (RL)








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