2017-01-09 09:19:00

Semana do Papa de 2 a 8 de janeiro


Nesta “Semana do Papa” fazemos uma síntese das principais atividades do Santo Padre na primeira semana de 2017. Destaque especial para a audiência geral, a Missa da Epifania e o Angelus na Festa do Batismo do Senhor.

Palavra de Deus é consolação porque nasce do pranto

Quarta-feira, 4 de janeiro, audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paulo VI, a primeira neste novo ano de 2017. O Papa propôs mais uma catequese sobre a esperança e evocou uma mulher: Raquel, a esposa de Jacob e mãe de José, “uma figura de mulher que nos fala de “esperança vivida no pranto” – disse Francisco.

Essa mulher é Raquel, esposa de Jacob e mãe de José. A história de Raquel que morre dando à luz o seu segundo filho, é usada pelo profeta Jeremias para consolar os israelitas em exílio, dando-lhes esperança. Raquel morreu para que o filho pudesse viver, mas o profeta apresenta-a como viva, em Rama, chorando pelos seus filhos que morreram a caminho do exílio, e por isso ela não quer ser consolada.

Esta recusa exprime a profundidade da sua dor e a amargura do seu pranto. Uma dor proporcional ao amor de uma mãe pelos filhos.

“Para falar de esperança a quem está desesperado, é preciso partilhar o seu desespero; para enxugar uma lágrima do rosto de quem sofre, é preciso unir o seu pranto ao nosso. Só assim as nossas palavras podem ser realmente capazes  de dar um pouco de esperança. E se não posso dizer palavras assim, com o pranto, com a dor, então, melhor o silêncio, o carinho, o gesto e nada de palavras.”

“As lágrimas geraram esperança. Não é fácil compreender isto, mas é verdade. Muitas vezes na nossa vida, as lágrimas semeiam esperança, são sementes de esperança”.

O texto do profeta Jeremias sobre o pranto de Raquel é retomado pelo Evangelista Mateus e aplicado ao massacre dos inocentes – continuou o Papa – chamando a atenção para “a tragédia do massacre de seres humanos de hoje indefesos, ao horror do poder que despreza e suprime a vida”. Não devemos esquecer que as crianças de Belém morreram devido a Jesus e que Cristo seria por sua vez morto inocentemente, para todos nós.

“E por isso dizemos que o Filho de Deus entrou na dor do homem; partilhou e acolheu a morte; a sua Palavra é definitivamente a palavra de consolação, porque nasce do pranto”.

Mãos e corações para reconstruir

Na quinta-feira dia 5 de janeiro o Papa Francisco recebeu na Sala Paulo VI cerca de 7000 pessoas atingidas pelos terramotos ocorridos desde agosto de 2016 no centro de Itália.

Uma audiência dedicada sobretudo “aos que perderam parentes, casas e segurança económica, pessoas que foram de certo modo feridas pelo terramoto e precisam de consolo e esperança” – como salientou o arcebispo de Spoleto-Norcia, Dom Renato Boccardo.

Em nome de toda a delegação saudou o Papa o pároco da Abadia de Santo Eutizio in Preci, o padre Luciano Avenati: “Vítimas do terramoto no corpo, mas não na alma” – disse o padre, apresentando o grupo. “Já não temos casas, mas tivemos muitas reconciliações nos últimos meses. Redescobrimos sermos uma grande família” – afirmou.

Francisco fez um discurso improvisado, refletindo sobre os testemunhos ouvidos e pronunciou três palavras-chave: “reconstruir”, não só as casas, mas também os corações; “mãos”, como as que removeram os escombros e as que, como as de Deus, reconstroem; e “feridas”, que se curam, mas que deixam cicatrizes.

Crentes impelidos pela nostalgia de Deus

Sexta-feira, 6 de janeiro, Solenidade da Epifania do Senhor: na missa na Basílica de S. Pedro, o Papa recordou a visita dos Magos ao Menino Jesus sublinhando a narração evangélica de S. Mateus que nos fala dos verbos ver e adorar. Evocando o padre da Igreja S. João Crisóstomo Francisco reafirmou que os Magos não se puseram a caminho porque viram uma estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto em caminho. Francisco falou da nostalgia de Deus.

“Os Magos dão-nos, assim, o retrato da pessoa crente, da pessoa que tem nostalgia de Deus; o retrato de quem sente a falta da sua casa: a pátria celeste. Refletem a imagem de todos os seres humanos que não deixaram, na sua vida, anestesiar o próprio coração.”

“Foi esta nostalgia que impeliu o filho pródigo a sair duma conduta autodestrutiva e procurar os braços de seu pai. Era esta nostalgia que sentia no seu coração o pastor, quando deixou as noventa e nove ovelhas para ir à procura da que se extraviara. E foi também o que sentiu Maria Madalena na madrugada do Domingo de Páscoa, fazendo-a correr até ao sepulcro e encontrar o seu Mestre ressuscitado. A nostalgia de Deus tira-nos para fora dos nossos recintos deterministas, que nos induzem a pensar que nada pode mudar. A nostalgia de Deus é a disposição que rompe com inertes conformismos, impelindo a empenhar-nos na mudança que anelamos e precisamos.”

A luz de Jesus vence as trevas mais obscuras

No Angelus da Epifania do Senhor, na Praça de S. Pedro, o Papa Francisco falou do significado da Epifania que é a manifestação de Deus e afirmou que Jesus brilha como luz para todos os povos simbolizada na estrela que guiou os Magos a Belém.

Francisco convidou os fiéis a não terem medo da luz e a abrirem-se a esta luz, a abrirem-se ao Senhor. Em particular, o Papa dirigiu-se a quem perdeu a força de procurar, subjugados pela escuridão da vida e afirmou: “Coragem, a luz de Jesus sabe vencer as trevas mais escuras”.

Proteger a fé a fazê-la crescer

Por ocasião da Festa do Batismo do Senhor o Santo Padre batizou neste domingo dia 8 de janeiro, 28 crianças na Capela Sistina: 13 do sexo feminino e 15 do sexo masculino.

Na sua homilia o Papa disse aos pais das crianças para protegerem a fé dos seus filhos e fazerem-na crescer para que “seja testemunho para os outros”. Francisco disse ainda que a missão dos pais é ensinarem os seus filhos com o “exemplo” e com a “vida”.

Ajudar os sem-abrigo no gelo do Inverno

No Angelus na Praça de S. Pedro, na Festa do Batismo do Senhor, o Papa falou do estilo missionário dos discípulos de Jesus e disse que se deve anunciar o Evangelho com ternura e firmeza.

Destaque para o pedido de ajuda do Papa para os sem-abrigo, em particular, neste tempo de Inverno e com as baixas temperaturas que têm sido sentidas na Europa.

“Nestes dias de tanto frio, penso e convido-vos a pensar em todas as pessoas que vivem pelas ruas, atingidas pelo frio e muitas vezes pela indiferença. Infelizmente alguns não conseguiram. Rezemos por eles e peçamos ao Senhor para aquecer o nosso coração e ajudá-los”.

E com o Angelus deste domingo, terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 2 a 8 de janeiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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