Sítio de São Miguel Arcanjo, um tesouro arqueológico no sul do Brasil


Cidade do Vaticano (RV) - O Estado do Rio Grande do Sul abriga um precioso conjunto remanescente do período colonial: as Ruínas de São Miguel das Missões, ou também conhecido como "Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo", declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 1983.

A Redução de São Miguel, levantada em 1687, foi a mais notável dos Sete Povos, tendo sido testemunha de uma civilização florescente e próspera. Em meio às disputas entre a Coroa portuguesa e espanhola, em 1756 foi incendiada e despovoada. No início do século XIX foi saqueada e seus últimos habitantes, dispersos, caindo no mais absoluto abandono. Somente em 1925 suas estruturas passaram a ser recuperadas e valorizadas, sendo inseridas em vários projetos.

O Parque abriga um Museu com 99 imagens, sendo considerado o maior acervo do Brasil em termos de Barroco jesuítico guarani, sendo mantido pelo IBRAM, que é a instituição federal que mantém os Museus.

Localizado no Município de São Miguel, região noroeste do Estado, o sítio está aos cuidados do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Prefeitura local. É facilmente atingido a partir de cidades como Santo Ângelo e São Luis Gonzaga.

Mas, como é valorizado todo este complexo que abriga nosso passado colonial? Quem nos conta é a Professora Claudete Boff, Mestre em História Latinoamericana e docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), de Santo Ângelo (RS):

"Há muito tempo vem se preparando a população, fazendo seminários, eventos, sobre a história das Missões, sobre a parte da história, da cultura, da arte, a questão sobre a geografia, preparando guias de turismo, da hotelaria, se faz assim ... se promovem eventos na questão da educação. Também existem projetos de educação patrimonial e que envolvem escolas, enfim, daí é para grupos que querem participar".

A redução de São Miguel Arcanjo, também atrai a atenção e o interesse de estrangeiros

"Observa-se que o estrangeiro dá  muito valor para esta história, muito mesmo. Porque todos os grupos que a gente recebe - nós, por exemplo, participamos de um grupo que se chama  'Friendship Force', a Força da Amizade, são famílias que recebem em suas casas pessoas de diversas partes do mundo. E sempre quando eles pedem para visitar Santo Ângelo, uma das preferências deles é visitar a Redução de São Miguel Arcanjo, e outras, se possível. E a partir daí, também outro interesse deles saí, não é no nosso Estado, mas é a Foz do Iguaçu, as Cataratas, etc. Mas São Miguel, a região, os povoados missioneiros, estão sempre incluídos. 

Então o que se faz? Antes de levar  estes grupos de estrangeiros, quando eles fazem parte desse intercâmbio, a gente sempre faz uma palestra, se conversa, informa, enfim sobre o que eles vão visitar lá. Mas o que acontece é que muitos já vem preparados, muitos já vem sabendo e vem com muitas perguntas. Então, ali depois desta preparação, deste encontro que a gente  tem especialmente para falar da história e da cultura,  a gente leva eles para visitar São Miguel, São João Batista, São Lorenço. Mas há muito interesse. E também muitas pessoas que vem sozinhas.

Quando a gente vai, como vamos seguidamente a São Miguel, difícil o dia que não tem um casal de estrangeiros, um grupo. Mas uma coisa importante, que eles fizeram depois da revitalização do Projeto Som e Luz - que conta a história dos povoados missioneiros - foi um áudio em inglês, espanhol, e francês, então isto também facilita a visita dos estrangeiros, isto foi muito bom".

Atualmente o Museu passa por reformas para recuperá-lo dos danos causados pelo tornado que atingiu a região em abril de 2016.

(JE)








All the contents on this site are copyrighted ©.