Ir. Alois: mártires de nosso tempo imploram para estarmos juntos


Riga (RV) – Solidariedade, diálogo e confiança são as palavras justas.

Solidariedade com os sírios em fuga de Aleppo, com os ortodoxos coptas feridos há alguns dias com o terrível atentado contra a Catedral no Cairo, com as vítimas da loucura do Mercado de Natal em Berlim.

Diálogo entre os jovens ucranianos e russos: conversar, colocar-se à escuta uns dos outros vale mais do que mil atos diplomáticos.

Confiança, como aquela que levam consigo à Riga, na Letônia, milhares de jovens participantes do encontro europeu promovido pela comunidade de Taizé.

Em entrevista concedida à Agência Sir, o Prior da Comunidade de Taizé, Ir. Alois, trata das principais questões que estão sacudindo o mundo.

Síria e Iraque

“A nossa impotência é terrível”, afirma, ao falar da guerra na Síria. “Recentemente telefonei aos franciscanos que vivem em Aleppo oeste. Aquilo que descrevem, é muito sofrimento. Mesmo assim, existem pessoas que não desistem e fazem tudo o que podem, sobretudo pelas crianças. A presença deles permite a nós não cair no desencorajamento. Mas é essencial apoiar estas pessoas com a nossa oração e ajudar o trabalho deles. Existem pessoas na mesma situação também em outros locais como em Mosul”, no Iraque.

Em função disto, o Ir. Alois fará um apelo em Riga para que, por meio de uma coleta chamada “operação esperança”, se possa expressar solidariedade às pessoas que vivem em Aleppo e Mosul.

Ucrânia e Berlim

Mas “a nossa solidariedade com a Síria e o Iraque não deve fazer com que esqueçamos de outros países em dificuldade. Vemos que a violência aumenta na Europa. Experimentamos isto há poucos dias em Berlim.

Em relação à Ucrânia, não se veem soluções no horizonte. É então fundamental que os jovens da Ucrânia e da Rússia conversem entre si, coloquem-se à escuta uns dos outros. A diplomacia será impotente sem similares encontros pessoais.

Visita à comunidade copta no Egito

Pudemos ver em Taizé, nestes últimos dois anos, o quanto encontros deste tipo, muitas vezes difíceis no início, permitem aos jovens optar por um caminho” - explica o Prior - que anuncia outro encontro para 20017:

“Em setembro próximo, com alguns irmãos e com jovens de diversos países, realizaremos uma peregrinação ao Egito e faremos uma visita, em particular, à comunidade copta-ortodoxa. O Bispo Thomas, um dos responsáveis por esta Igreja, esteve em Taizé no verão de 2015. Nos disse o quanto estas visitas são importantes para apoiar os cristãos. O aumento da violência nos obriga a estarmos juntos. São os mártires de nosso tempo, tão numerosos, que imploram por isto”.

Educar para a paz e a esperança

As novas gerações devem ser educadas para a paz, a esperança, “dando a eles confiança, dando a eles responsabilidades. Os encontros de jovens que fazemos em Taizé ou em outras partes do mundo são sustentados por eles, diz Ir. Alois, sublinhando a importância de “ajudá-los também a aprofundar a sua fé, a sua confiança existencial em Deus. Para resistir à instabilidade angustiante da nossa época, é necessário ter raízes profundas e estas raízes têm necessidade de tempo para desenvolverem-se pouco a pouco”.

Mensagem pelos 80 anos de Francisco

Pelos 80 anos do Papa Francisco, o Prior da Comunidade de Taizé assim escreveu a ele: “Gostaria de testemunhar ao senhor o que vemos em Taizé. Muitíssimas pessoas, jovens em particular, e não somente católicos, mas também protestantes, ortodoxos e pertencentes a outras religiões, às vezes até mesmo não-crentes, são sensíveis ao seu coração de pai, à sua generosidade, à abertura que o senhor manifesta por todos os homens. O senhor torna o Evangelho transparente aos seus olhos. Pedimos a Deus para lhe dar saúde por ainda muitos anos, permitindo-lhe assim, de prosseguir neste ministério difícil”.

(JE/Osservatore Romano)








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