Patriarca Maronita: Governo de unidade é esperança para os libaneses


Beirute (RV) - Com a eleição do Presidente cristão maronita Michel Aoun, há dois meses, o Líbano tem agora um novo Governo de unidade nacional, formado por 30 ministros e guiado pelo Primeiro Ministro sunita Saad Hariri.

A intenção anunciada é a de manter a estabilidade do país, enfrentando as suas emergências e buscar um acordo sobre a lei eleitoral que poderia recolocar em discussão já em maio próximo o próprio Executivo. Sobre a nova situação vivida no país a Rádio Vaticano conversou com o Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Béchara Boutros Raï:

"Antes de tudo, depois de dois anos e cinco meses de vacância presidencial, foi eleito um Presidente na pessoa do General Michel Aoun, e isto, por si só, deu aos libaneses um tom de esperança e de alívio. Depois, quase dois meses de espera pela formação do novo Governo, o Executivo surgiu: os libaneses quase duvidavam de ter um governo antes do Natal... E também isto trouxe um novo alívio. E depois de dois anos e sete meses todos nós, todos os libaneses - muçulmanos e cristãos - todos os componentes do país olhamos com esperança para o futuro, porque os desafios são tantos, não somente a nível político, mas também a nível econômico, a nível social e especialmente no que diz respeito a todos estes refugiados sírios - 1,5 milhões - mais meio milhão de palestinos, que somam dois milhões de refugiados em território libanês que é de 10.000 km², e constituem a metade da população libanesa. Assim, todos agradecemos ao Senhor porque é um presente de Natal ter um Presidente e um Governo. E nós esperamos poder seguir em frente e enfrentar todos os desafios que nós vivemos hoje, especialmente as duras consequências das guerras na Síria, no Iraque... Já sofremos as consequências do conflito israelense-palestino...".

RV: O que o senhor pediria ao novo Primeiro Ministro?

"De começar imediatamente a enfrentar os desafios, que são tantos. A pobreza no Líbano está crescendo e as dívidas são ainda enormes; colocar um fim à emigração maciça dos jovens libaneses; enfrentar o problema dos refugiados sírios. Depois, ocupar-se da corrupção que atinge todas as instituições públicas do Estado. O Primeiro Ministro sabe tudo isto e o discurso de posse do Presidente, o General Aoun, mencionou todos estes capítulos e os Ministros dizem que basta começar pelo discurso de posse do Presidente da República para ter o programa a ser implementado o quanto antes. Estes são os nossos votos ao Primeiro Ministro".

 

(je/fg)








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