Papa recorda 100 anos da morte de Charles de Foucauld


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recordou ao término da missa celebrada esta quinta-feira (01/12) na casa Santa Marta, no Vaticano, o 100º aniversário da morte do Beato Charles de Foucauld, assassinado na Argélia em 1º de dezembro de 1916.

“Era um homem que venceu muitas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe do céu e nos ajude a caminhar em suas pegadas de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”, disse Francisco.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o vice-postulador da causa de Canonização de Foucauld, Pe. Andrea Mandonico, nos diz qual é a característica mais atual do carisma do Beato:

Pe. Andrea Mandonico:- “Numa realidade como a nossa, sem dúvida, a fraternidade: depois, o testemunho cristão, um modo que vale para todos, não somente para quem se encontra em terra de missão, mas para todos nós. Ser nós mesmos Evangelhos vivos e testemunhá-lo com a vida, com o modo de fazer. O terceiro aspecto importante é o de fazer-se próximo, Eucaristia para os outros, dom para os outros. Basta pensar em toda aquela ampla gama, aquela grande extensão que permite ser dom na vida familiar, no trabalho, no encontro com os outros, na relação com os outros, no diálogo... podemos tomá-lo como base, como fundamento da nossa vida cristã.”

RV: Essa espiritualidade se encontra também no Papa Francisco...

Pe. Andrea Mandonico:- “Com certeza! Basta ler a ‘Evangelii Gaudium’ com essa visão e se encontram as passagens magníficas de correspondência entre aquilo que o Papa Francisco escreve e aquilo que o Beato irmão Foucauld nos deixou como espiritualidade. Por exemplo, a proximidade ao outro, não permanecer fechados em si mesmos, ir às periferias do mundo e ele foi naquele momento estar em meio aos Tuaregues, que eram desconhecidos; e ademais, onde o Papa fala sobre a espiritualidade como importância da intercessão, da oração, esse aspecto no irmão Foucauld foi realmente um grande pilar, o de rezar a fim de que todos possam ir para o paraíso.”

RV: O que significava para Charles de Foucauld “incarnar a vida oculta de Nazaré”?

Pe. Andrea Mandonico:- “Viver como Jesus viveu em Nazaré, no meio dos outros, fazendo-se próximo dos outros, vendo nele – diz sempre – o rosto de Jesus. Levar a Eucaristia, não somente na adoração, na celebração, na adoração eucarística, mas fazendo-se ele mesmo Eucaristia, ou seja, dom para estes irmãos. Voltemos ao que disse antes, da possibilidade da proximidade a estes irmãos mais pobres. Ademais, outra coisa importante: ele dizia “tornar-se Evangelho vivo”, e deixou isso escrito, é um mandato também para seus discípulos. Carregar Jesus segundo o estilo de Nazaré não é pregar, mas gritar Jesus com a própria vida, por conseguinte, uma vida evangélica, uma vida santa, seguindo aquilo que lhe dissera seu diretor espiritual: “Com essa vida santa e boa suscita nos outros a interpelação: ‘Como é possível que este homem seja tão bom?’”. Eu sou assim bom – dizia ele – porque meu Senhor é ainda melhor do que eu.”

RV: Em todo caso, uma vida admirável, sempre voltada para a misericórdia...

Pe. Andrea Mandonico:- “Como Maria carregava Jesus consigo no próprio seio materno e o levou à casa de Zacarias, e levando-o santificou, redimiu, salvou toda a família, a casa de Zacarias, do mesmo modo também eu – dizia – devo levar Jesus na Eucaristia e no Evangelho em meio aos povos que ainda não o conhecem, buscando ser irmão de todos.”

RV: Ser irmão de todos significou para ele aprender imediatamente a língua dos tuaregues...

Pe. Andrea Mandonico:- “Aprendeu o tamec e escreveu o famoso dicionário em quatro volumes, tuaregue-francês, que ainda hoje é uma obra-prima para aqueles que querem estudar sobre os tuaregues.” (RL)








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