Abusos de menores: bispos uruguaios promovem Jornada Penitencial


Montevideu (RV) – Os bispos uruguaios informaram por meio de sua assessoria de imprensa a realização de uma Jornada Penitencial em 1º de março de 2017 – início da Quaresma -  em reparação aos abusos sexuais contra menores cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas.

A decisão responde a um pedido do Papa Francisco e é fruto do estudo realizado para conhecer com exatidão esta triste situação e as medidas a serem adotadas.

Na mensagem – com data de 16 de novembro – os prelados recordam a publicação, em 12 de abril passado, do documento “Perdón y Compromiso”. “Com dor e vergonha – afirmam – pedimos perdão às pessoas feridas por abusos sexuais cometidos contra menores por parte de sacerdotes e pessoas consagradas”.

Escutar e acompanhar as vítimas

Os bispos expressaram sua firme disposição em “receber, escutar e acompanhar as vítimas, investigando e agindo com rigor, de acordo com um protocolo elaborado com a ajuda de profiddionais de diversas disciplinas”.

A instalação de uma linha telefônica em todo o país, para facilitar a apresentação de eventuais vítimas, recebeu novas denúncias nos últimos cinco meses,  que foram repassadas imediatamente ao bispo do lugar ou ao Superior competente (no caso de Congregações religiosas), revelam os bispos.

Por meio do comunicado, os bispos informam sobre os resultados do estudo realizado para melhor conhecer a situação.

Denúncias

No total, levando em consideração os casos já julgados e aqueles não relacionados com o tema de abuso sexual de menores, foram contabilizadas 44 denúncias (contando com os acusados falecidos), que correspondem a 40 denunciados. As denúncia englobam um período de 70 anos.

Foram recebidas 18 denúncias que se referem a fatos ocorridos há mais de 40 anos, 16 que se referem a casos entre 20 e 40 anos, 5 casos ocorridos entre 10 e 20 anos e 5 casos em que se comprovou não tratar-se de abusos sexuais. Estes correspondem aos últimos 10 anos.

Em 20 casos, correspondentes a membros de Congregações religiosas, os respectivos Superiores abriram uma investigação. Outras 24 denúncias, que envolvem sacerdotes do clero secular, foram entregues a seus respectivos bispos para serem investigadas. Quatro sacerdotes foram afastados do ministério.

Alguns casos foram dados por concluídos, ou porque os denunciantes não quiseram ratificar as denúncias ou porque queriam somente ser ouvidos pela Igreja e receber uma palavra de compreensão e consolo. Em outros casos, foi comprovada denúncia sem fundamento.

“Tudo isto – escrevem os bispos – é muito penoso, pela dor das vítimas e, em algum caso, porque se expôs publicamente a pessoas que, após serem investigadas, resultaram inocentes”.

Prevenção e ambientes seguros

No âmbito do Departamento de Educação Católica, instituiu-se a “Comisión para la Prevención de Abusos Sexuales a Menores”, com a tarefa de elaborar e propor projetos normativos que garantam ambientes seguros nas paróquias e centros educativos, trabalhando em linha com o Centro de Prevenção do Vaticano. 

Também foram realizados cursos sobre prevenção de abusos com especialistas da Igreja do Chile, e que contou com a participação de bispos, sacerdotes e educadores.

O Papa Francisco pediu a todas as Conferências Episcopais do mundo para que realizem uma Jornada Penitencial em todas as comunidades, ocasião para se pedir perdão pelas vítimas do abusos sexual contra menores na Igreja.

(je/aica)








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