Concerto para os pobres reúne Frisina e Morricone no Vaticano


Cidade do Vaticano (RV) – Às 18h30min deste sábado (12/11), realizou-se na Sala Paulo VI, no Vaticano, a segunda  edição do Concerto com os pobres e para os pobres. No palco, alternaram-se o Prêmio Oscar Ennio Morricone - que dirige a Orquestra de Roma “Sinfonietta” e o Coral da Academia Nacional de Santa Cecília – e Marco Frisina, que guia a Orquestra e Coro da Diocese de Roma.

Peças célebres e duas inéditas constaram do programa, que teve por objetivo apoiar um sinal de caridade do Papa para o Jubileu: a construção de uma Catedral em Uganda e de uma Escola Agrária em Burkina Faso. Eis o que disse Marco Frisina aos microfones da Rádio Vaticano, antes do concerto:

“Os pobres não são “outros” de nós; são irmãos, são companheiros de caminho. Compartilhar com eles a beleza da música como dom de Deus que consola, que eleva, foi o que nos levou também neste ano a organizar este vento. Na audiência no ano passado, o Papa nos disse que a música une e eleva; nos faz respirar o ar puro das grandes coisas, nos faz pensar em Deus, no amor, na verdade, na beleza. E não é justo manter isto somente para nós, mas é bonito compartilhá-lo com quem, talvez, pela primeira vez, escuta um concerto e não oferecendo a eles “alguma coisinha”, mas o máximo que se pode, porque é justo que eles tenham o máximo!”.

RV: No programa alternam-se peças suas e do Maestro Morricone...

“O Maestro Morricone escolheu estes três adágios; são três meditações inspiradas nas músicas mais belas que escreveu para o cinema. Depois há este inédito que ele quis readaptar sobre o texto de Bevilacqua, que será executado no início deste concerto, para dar o “lá”. Trata-se de uma meditação brevíssima. Depois haverá uma suíte minha sobre músicas do Apocalipse de São João, lá onde quis sublinhar que a dor da humanidade que Deus operou por amor volta-se para a salvação, transforma no cumprimento da salvação: é o amor que vence o terremoto, a guerra, a violência. Depois do Maestro Morricone tem “Entre o Céu e a terra”, um trecho de grande sugestão espiritual extraído das músicas para Padre Pio que ele escreveu; haverá um Te Deum meu, na versão gregoriana, variada com o coro e a orquestra, como um agradecimento a Deus por este ano de graça que quis dar e para compartilhar esta alegria que o Te Deum te dá. É louvor a Deus que no amor nos salva e nos redime juntos a todos os nossos irmãos. O concerto acaba, por fim, com uma pequena suíte do filme ‘Mission’; que recorda mais uma vez como aquela história tão dolorosa da comunidade jesuíta no Paraguai terminava com esta violência inaudita dos poderosos, mas também ali Deus e a fé venceram, e o tema famoso, que já conhecemos todos, do “Gabriel’s Oboe”  flui no final neste hino à nossa vida, à vida que vence. É a vida de Deus que nos faz vencer sobre toda dor e sofrimento”.

RV: Tocar para os pobres, faz bem também aos músicos?

“Faz bem também a nós. No ano passado vi que o Maestro Daniel Oren, que é de religião judaica – e dirigiu músicas minhas cristãs – estava muito emocionado. Me disse:  “É uma das coisas mais bonitas da minha vida, porque me dou conta do que significa a música”. Nestes casos a música adquire um valor que é o do entretenimento e da exibição vaidosa. Mas a música torna-se um dom de amor; é um carinho para eles, é um beijo, um abraço, uma consolação e esta é a coisa mais bonita que se possa viver. Comigo acontece seguido, porque como sacerdote, a faço com este espírito, mas cada vez é uma surpresa, porque a cada vez percebemos aquilo que Deus pode fazer por meio da música e por meio de nós e como pode tocar o coração de tantas pessoas e pode, com eles, viver a alegria e a luz que a arte nos dá”.

(je/gc)








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