Bartolomeu I sobre Cop 22: passos positivos, mas poucos progressos


Istambul (RV) - O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, escreveu uma mensagem em vista da 22ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (Cop 22) que se realizará 7 a 18 deste mês, em Marrakesh, no Marrocos.

“Depois de vinte e dois anos chegou, finalmente, o momento para todos nós de ver os rostos humanos que sofrem por causa do impacto de nossos pecados ecológicos. Não é somente uma questão de quem é culpado ou quem deveria remediar. Não é simplesmente questão de se ou porque devemos mudar. E não é certamente um problema de como alguns podem continuar tirando proveito ou como podemos reduzir ao mínimo a mudança climática. Trata-se de seres humanos, todos nós, mas sobretudo os últimos, os vulneráveis ou marginalizados entre nós que são atingidos injustamente e irreversivelmente”, ressalta o patriarca na carta.

“A reunião”, afirma o patriarca ecumênico, “é uma ocasião para se alegrar porque as nações do mundo responderam ao apelo urgente, feito em Paris, de enfrentar e aprovar com confiança a agenda que temos em frente. Mas Cop22, por vários motivos, nos recorda que 197 partes ratificaram até agora uma convenção implementada depois da Cúpula sobre a Terra no Rio em 1992.

Desde então, um série de protocolos e acordos levaram a várias negociações e decisões durante as 22 sessões internacionais das convenções das Nações Unidas. “Fizemos passos positivos. Todavia, poucos progressos. Certamente, não chamados à reponsabilidade as nossas nações sobre as resoluções alcançadas ou sobre as violações perpetradas”, ressalta ainda Bartolomeu I. 

“Vinte e dois anos são um  período de tempo inaceitavelmente longo para responder à crise ambiental, sobretudo a partir do momento em que estamos conscientes de sua ligação estreita e inseparável com a pobreza, migração e conflitos. Vinte e dois anos são um período  injustificavelmente interminável para enfrentar a difusão dos combustíveis fósseis, enquanto os cientistas nos dizem que temos menos de duas décadas não somente para reduzir, mas para substituir com as energias renováveis”, frisa ainda o patriarca. Bartolomeu I critica os governos e as empresas que prosseguem há anos a mesma política, assim como os indivíduos que, com arrogância, perpetuam as mesmas práticas.

O patriarca conclui a mensagem com uma oração humilde e audaz a fim de que “todas as partes na Cop 22 reconheçam e respondam aos grandes desafios relacionados às mudanças climáticas. Uma maneira poderia ser o implementar o acordo Cop 21 de Paris sem mais atrasos”.

(MJ)








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