Dom Leonardo: "O rádio educa, cria cidadania e leva justiça"


Cidade do Vaticano (RV) – Nosso espaço de aprofundamento de hoje é dedicado aos ouvintes do rádio. Nestes tempos em que a expansão da mídia digital representa um espaço de novas possibilidades, em que as organizações têm na tecnologia sua mais poderosa forma de controle, comunicação e troca de informação, nós, que nascemos como Rádio Vaticano, continuamos transmitindo ao vivo, via satélite, para todo o Brasil, das grandes metrópoles aos recantos mais isolados do nosso país-continente.  

Segundo dados do Ministério das Comunicações, o Brasil possui aproximadamente 3 mil emissoras de rádio

A RV tem uma forte e antiga parceria com a Igreja brasileira, passando também pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na difusão e promoção da evangelização via rádio. Em visita recente a Roma, Dom Leonardo Steiner, Secretário-geral da CNBB, nos falou a respeito:

“Visitando algumas pequenas comunidades do interior da prelazia de S. Felix do Araguaia, me hospedando nas casas, o pessoal conseguia sintonizar com um fio de cobre a Rádio Nacional. Era a única maneira de haver uma ligação com o Brasil inteiro. Não havia luz elétrica, então todos os outros meios não existiam. Eles estavam sempre muito atentos e conseguiam acompanhar as questões do Brasil. Então o rádio continua sendo muito importante”. 

“A rádio de Brasília, que é da Arquidiocese, tem uma penetração extraordinária. Em Brasília, que tem tudo, todos os meios que quiser. O rádio continua muito importante, porque se escuta, pode continuar a fazer todas as suas coisas cotidianas e você está escutando: uma música, uma notícia, uma palavra amiga, as tragédias. Com o rádio está ligado, está em relação com o mundo todo. O rádio continua não só importante, mas continua um elemento educativo muito importante. O rádio educa, desperta, cria cidadania, leva justiça. A igreja no Brasil tem dado cada vez mais importância aos meios de comunicação. É claro que isso não basta, temos que nos abrir ainda muito mais a outros meios que existem e temos que estar muito mais presente nesses meios. Nossas notas da CNBB por exemplo não saem nos grandes meios de comunicação. Onde saem: no rádio. Nas rádios católicas, tvs católicas, mas deveríamos achar outros meios para que nossas notas, mensagens, o Evangelho chegassem a todas as pessoas”. 

“Às vezes, chego de madrugada em Brasília e vejo aquela multidão de luzes acesas e fico pensando: a palavra de Deus já chegou a essas pessoas todas. O rádio evangeliza, os meios evangelizam, mas o rádio tem um privilégio: é constante. Quando você se acostuma a certo timbre de voz, a certo tipo de música, você fica ligado. Então nós deveríamos achar outros modos hoje também para evangelizar e talvez até aprofundar e discutir melhor a evangelização por meio das nossas TVs, mas também em nossas rádios”.

“Numa determinada região, é através da rádio comunitária que as pessoas sabem da chegada do bispo, de mensagens, avisos. A única maneira de o pessoal se encontrar e saber das coisas é o rádio”.

Para ouvir toda a entrevista, clique aqui:

(CM)

 








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