Igrejas-irmãs da Amazônia vão se reunir em Belém


Cidade do Vaticano (RV) – De 14 a 16 de novembro próximos, Belém (PA) recebe o II Encontro das Igrejas da Amazônia Legal, uma reunião cuja proposta é discutir a realidade política, social, econômica, cultural e religiosa da região, e a contribuição da Igreja Católica para a promoção e defesa da vida dos seus habitantes e de sua biodiversidade. O primeiro encontro ocorreu em Manaus (AM), em 2013.

O Encontro vai reunir bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, religiosas, leigos e leigas dos seis regionais da CNBB que fazem parte da Amazônia Legal: Norte 1 (norte do Amazonas e Roraima), Norte 2 (Amapá e Pará), Norte 3 (Tocantins e norte de Goiás), Nordeste 5 (Maranhão), Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia) e Oeste 2 (Mato Grosso).

Nos dias 17 e 18, o evento prossegue com a participação das Igrejas-irmãs, um projeto impulsionado pelo Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, que será feito cardeal no próximo dia 19 de novembro. Em entrevista à RV, ele explica a importância desta parceria, seja para quem envia ajudas, como para quem as recebe:

Amazônia e sua Igreja são de todo o Brasil

“Creio que este encontro que está sendo programado certamente vai animar ainda mais a comunhão e a corresponsabilidade da Igreja no Brasil com a Igreja que está na Amazônia”.

“Eu desejei muito que este momento acontecesse, procurei apoiar e incentivar a realização deste evento e é claro que ele é a expressão de que a Amazônia e a sua evangelização não se restringem aos bispos e às Igrejas que se localizam naquela região, mas diz respeito ao conjunto do Brasil, isto é, a Amazônia interpela o conjunto da Igreja no Brasil e diria também da América Latina”.

Quem sai em missão ganha mais do que quem recebe

“Creio que nós temos aí um momento para reavivar o nosso compromisso missionário. Na nossa Arquidiocese de Brasília, temos a graça de há dez anos desenvolver um projeto missionário em Roraima. Tem sido um momento em que a ajuda maior somos nós que temos recebido; na verdade, quem sai em missão e assume a missão evangelizadora sempre ganha muito mais do que quem recebe. Eu diria que tem sido gratificante, um motivo de crescimento e amadurecimento da Igreja em Brasília o fato de colaborar com a Igreja na Amazônia, e assim, muitas outras dioceses já têm os seus projetos”.

“No entanto, o caminho a seguir é tão grande que os passos que temos dado não têm sido suficientes, isto é, agradecemos a Deus, nos animamos e somos muito gratos aos irmãos da Amazônia que nos acolhem, seja os bispos e Igrejas que vão em direção à Amazônia para que a Igreja no Brasil seja uma ‘Igreja em saída’, mas o caminho a percorrer é longo; os passos a serem dados muito mais. Então, o que nós temos vivido não é motivo para se acomodar, para achar que está bem”.

“Este encontro vai incentivar e animar ainda mais não só os atuais projetos, mas certamente o despertar de outros projetos missionários”. 

A importância da participação dos leigos

“Quando se fala de missão, de missionários, geralmente se pensa apenas nos ordenados; padres, religiosos ou religiosas... ministério ordenado ou vida consagrada. Mas tem sido novidade da missão da evangelização da Igreja a presença cada vez maior de leigos e leigas. Neste projeto a que me referi (de Brasília) temos contado sempre com um número significativo de leigos e leigas. Sempre é necessária a presença de um sacerdote, é muito importante, porque há tarefas próprias e é claro que queremos valorizar o ministério sacerdotal ou diaconal, mas é bom quando temos leigos e leigas querendo ser missionários além-fronteiras. Para isso, a Igreja local tem que ser uma Igreja missionária; não há um despertar de vocações missionárias, a não ser que o terreno onde se encontram estas pessoas se torne fecundo, ou seja, tem que haver o espírito missionário na Igreja local para permitir a missão além-fronteiras”.  

(CM)








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