Capuchinhos do RS lançam campanha de ajuda à Missão do Haiti


Porto Alegre (RS) - A destruição provocada pelo furacão Matthew, que atingiu a parte Sul do Haiti no início deste mês, provocou destruição na área em que os freis Capuchinhos da Província do Rio Grande do Sul atuam em missão desde 2007. Quase 100% das instalações foram afetadas: telhados precisam ser refeitos, instalações (abastecimento de água, energia, etc) e equipamentos repostos (transformadores e conversores, entre outros). A fase, agora, é de planejamento da reconstrução – especialmente dos telhados -, mas, há carência absoluta de materiais em todo o sul do Haiti. 

Além do envio de recursos para a reconstrução das instalações da missão – escolas, igrejas, postos de saúde, entre outros -, os Capuchinhos do RS, segundo informou o ministro provincial, Frei Cleonir Paulo Dalbosco, estão planejando o envio de mais freis para o Haiti, pelo período de alguns meses, para auxiliar na tarefa de reconstrução e de atendimento às necessidades de toda a população que sofreu as consequências do furacão. Estima-se que os próximos tempos serão de grande crise e fome, pois todo o ecossistema (plantações, hortas, árvores frutíferas, animais...) foi destruído; a terra foi lavada pelas fortes chuvas e houve transbordamentos de rios.

Os freis trabalham no Haiti na evangelização e desenvolvem outras obras sociais, além de auxiliar na gestão de escolas, operação de postos de saúde e implantação de poços artesianos. Atualmente, os freis gaúchos Aldir Crocoli e Sérgio Defendi, juntamente com o padre Renato Caron (da Diocese de Caçador - SC), freis naturais do próprio Haiti e irmãs que auxiliam na área da saúde estão trabalhando na Região de Les Cayes com duas paróquias - uma em St. Jean no vilarejo de Abacou, e outra em Torbeck, junto ao vilarejo Beraud – e, ainda, na Região Grand-D’Anse, na localidade de Corail, mantendo uma obra social.
Após quase duas semanas sem comunicação e informações devido à devastação de estruturas e redes feita pelo furacão, agora a comunicação foi possível através da fraternidade da capital, Porto Príncipe. Os freis que atuam no sul do Haiti estão bem e sem ferimentos, mas, como toda a população, sofrem com as consequências - prejuízos nas instalações das casas, centro de saúde, igrejas, escolas etc. 

Segundo frei Aldir, em Abacou não há energia nem qualquer tipo de comunicação. Ele estima que a energia elétrica poderá demorar até um ano ou mais para retornar, pois não existe mais rede elétrica, tudo foi destruído e levado pelo vento. “Não houve mortos em Abacou e os moradores estão refazendo os telhados de suas casas ou estão morando na casa de parentes ou vizinhos. O futuro será de carestia, pois todas as plantações e lavouras foras destruídas”. Os freis dedicam-se a escutar e acompanhar as pessoas na tarefa de suportar as perdas das casas, das plantações, das árvores frutíferas e do cenário de completa devastação. Além dos perigos da cólera, doença infectocontagiosa já presente devido à falta de água potável, há falta alimentos, remédios e de materiais para reconstruir as casas. 

Os freis haitianos que moram atualmente em Caxias do Sul e cursam Filosofia na UCS – freis Frantzso Pierre, de Tiburon, e Jean Daniel François, de Béraud, lamentam mais esta catástrofe que atingiu também seus familiares e amigos. Eles estimam que o povo passe um período de fome, visto que os animais foram atingidos e a agricultura destruída, devendo inclusive aumentar a imigração, movimento que ocorreu também em 2010 com o terremoto. 

Para ajudar a Missão dos Capuchinhos no Haiti, está disponível a conta bancária: Banco do Brasil – Agência 1487-7 - Conta 26792-9. Doações também podem ser entregues na secretaria da Paróquia dos Capuchinhos, no bairro Rio Branco.

(Margô Segat/CM)

 








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