Cardeal Turkson: microcrédito não se torne especulação contra os pobres


Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, fez uma palestra, nesta quarta-feira (19/10), em Roma, no 3º Fórum Europeu de Microfinanciamento, em andamento até a próxima sexta-feira, 21, sobre o tema “Economia social de mercado, acesso ao crédito e combate à pobreza”.

 

O purpurado reiterou a importância de um progresso mais saudável, humano, social e integral que coloque em primeiro lugar os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, ou seja, o bem comum, a solidariedade e subsidiariedade.
 
Retomando as palavras do Papa Francisco, o Cardeal Turkson desejou uma “economia social moderna de mercado para combater o desemprego generalizado, o crescimento das desigualdades e a degradação do meio ambiente”. Essencial é que “a pessoa humana seja o fulcro de um sistema em que todos sejam incluídos na vida econômica e social, e a criatividade seja apreciada e protegida”. 

O purpurado reiterou a importância de instrumentos como o microfinanciamento e o microcrédito que causam um “impacto econômico, mas também social e cultural”. Segundo o Cardeal Turkson, nesse contexto “a solidariedade toma o lugar de garantias pessoais ou reais”, exigidos pelo crédito normal, favorecendo “uma cultura da subsidiariedade”, dando aos mais pobres a confiança de poderem “cumprir os compromissos assumidos”, experimentando a própria dignidade como todos os outros cidadãos, participantes de um progresso social. Os pobres podem ter o papel de protagonistas nas mudanças nacionais, regionais e globais. “Não diminuam os pobres”, disse o Papa Francisco no encontro mundial com os Movimentos Populares, em julho de 2015, na Bolívia. 

Segundo o Cardeal Turkson, “seria moralmente inaceitável se esses instrumentos, que se revelaram tão importantes para a promoção da dignidade dos pobres, fossem reconduzidos para dentro da lógica da maximização do lucro que caracteriza o setor do crédito em seu conjunto”. 

“Seria dramático se diante da crise enfrentada em muitos países pelos institutos de créditos tradicionais, o microcrédito se tornasse uma oportunidade gananciosa de expandir as finanças para fins especulativos”, concluiu o Cardeal Turkson. 

(MJ)

 








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