2016-10-12 13:23:00

Igreja na Colômbia vai participar no diálogo entre o Governo e o ELN


O Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, D. Luís Castro Quiroga, confirmou a presença da Igreja na fase pública do dialogo entre o Governo colombiano e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) que iniciará no próximo dia 27, em Quito, no Equador. O prelado explicou que a participação da Igreja “será de apoio e não de mediação”, como foi pedido pelo ELN, e com o consenso do Presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

O Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia informou que a Igreja assegura a sua presença nos colóquios de paz através de “uma comissão composta por cinco bispos que representam o território mais atingido por este grupo guerrilheiro”. Estará, entre outros, o arcebispo de Cali, D. Dário de Jesus Monsalve e os bispos das Dioceses de Arauca, Chocò e Tibù. D. Dário explicou ainda que a comissão foi instituída há cerca de um ano. “O processo de paz com a ELN – acrescentou o prelado – terá de avançar com inteligência, prudência e rapidez baseando-se em pontos concretos, a fim de se chegar a um acordo”.

Um negociação diferente da com as FARC

A notícia do início das negociações com a ELN era previsível, sobretudo depois do referendo da semana passada que sentenciou o “não” à assinatura do acordo de paz entre o Governo e as FARC. No entanto, foram necessários mais de três anos e 22 colóquios entre o delegado do Governo colombiano, Frank Pearl, os representantes do ELN e a mediação da Igreja – representada pelo arcebispo de Cali, D. Monsalve – para se chegar a este primeiro encontro oficial. O próprio D. Monsalve explicou que depois da libertação dos sequestrados, o principal obstáculo para levar avante as negociações foi precisamente o facto de a guerrilha da ELN não querer “ser considerada um apêndice dos colóquios do Governo com as FARC.”

Um ambiente favorável à paz

O anuncio do início do diálogo entre o Governo e o ELN foi tornado público, segunda-feira passada, depois do encontro na capital venezuelana das respectivas delegações, ficando o colóquio marcado para o fim deste mês no Equador. Antes desse acordo, o ELN libertou três pessoas sequestradas e está previsto que liberte outras duas antes do início das negociações. O mesmo faz o Governo colombiano, que vai libertar alguns “prisioneiros políticos”. Num comunicado conjunto, as partes empenham-se, para além disso, a realizar “outras acções humanitárias para criar um ambiente favorável à paz” .

(DA) 








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