REPAM leva Laudato Sí à diocese de Miracema (TO)


Miracema (RV) - Entre os dias 07 e 09 de outubro, realizou-se em Miracema do Tocantins o Seminário Promovido pela Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), tendo como referência a carta do Papa Francisco Laudato Si. O encontro contou com a participação do Comitê Nacional da Rede REPAM e representantes das Dioceses do Regional Norte 3: Bispos, Presbíteros, Religiosos, Seminaristas, Leigos, Povos Indígenas Xerentes, Quilombolas, representantes do Ministério Publico Federal, Naturatins, Incra, ONGS, bem como de Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da REPAM. Na abertura do Seminário, Dom Philip Dikmans, Bispo de Miracema do Tocantins, lembrou que “nossa participação não é só voluntária, mas que sim um compromisso da cada um. Se amamos a criação temos que defendê-la, pois é a voz do próprio Cristo que fala”.

Dom Cláudio Hummes ressaltou que o grande vilão da destruição e da degradação do meio ambiente não é somente o desmatamento, mas a formação das grandes cidades e o petróleo, que produz o gás carbônico.  “Isso já é tema de catequese”? “Já é tema na liturgia”?, questionou.  Afirmou que a REPAM é fruto de quatro entidades: Comissão de Bispos Pan-amazônica, CLAR, Caritas da América Latina e Departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM. Finalizou afirmando que em Jesus Cristo a terra já foi salva e glorificada, porém devemos preservá-la: “A terra hoje geme em dores de parto, esperando que nós a libertemos”.

O encontro foi marcado por debates, colocações, palestras, convivências, celebrações, trabalhos em grupo referentes aos temas: Violência nas cidades, meio ambiente, questões indígenas, quilombolas, migração e tráfico de pessoas, economia solidária, realidade do campo e religiosidade, trazendo os desafios e realidades, bem como os compromissos e ações que o regional se propôs em assumir.

Os povos Indígenas Xerentes que participaram do encontro trouxeram por meio de suas colocações as preocupações com a preservação da nossa “Casa Comum”. Susana, indígena Xerente, alertou: “A terra tem vida, fala, chora; as águas também falam, não somos nós, só nós aqui com microfone que falamos. Temos que escutar as águas, escutar as matas. Todos os que pertencem à terra se comunicam e é por isso que há vida”. Romário, jovem Xerente, disse que necessitamos mudar o conceito de que fazemos parte da natureza, pois segundo ele “NÓS SOMOS A NATUREZA”. Com essa consciência seremos capazes de nos preocuparmos com o que está acontecendo com a terra e mudarmos nossa maneira de agir e pensar.

Durante o encontro foi elaborada uma carta compromisso dos participantes do seminário da REPAM sobre a Laudato Si ao povo de Deus do regional norte 3, bem como a  criação do comitê do Regional com representações das dioceses pertencentes ao mesmo.

O que é a REPAM

A REPAM abrange nove países e nove estados brasileiros. No Brasil foi fundada em 2014 pelas entidades: Comissão Episcopal Pan-amazônica, CLAR, Caritas da América Latina e Departamento de Justiça e Solidariedade. A REPAM está se formando a partir das experiências e vivências de muitas pessoas, dioceses, comunidades, paróquias e organizações.

O que busca a REPAM

Intensificar e fortalecer iniciativas socioambientais da Igreja e da sociedade civil na Amazônia, possibilitando o intercâmbio de saberes e ações caracterizando o trabalho em rede.

Os sujeitos da Missão da REPAM: são os povos da Pan-amazônia com sua riqueza e diversidade cultural

A Pan-Amazônia

A Pan-amazônia envolve os países que tem a floresta amazônica em seu território. 67% Brasil, 13% Peru, 11% Bolívia, 6% Colômbia, 2% Equador, 1.1% Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.

Amazônia Legal

A Amazônia legal é uma área que engloba nove estados brasileiros pertencentes à bacia amazônica e a área de ocorrência das vegetações amazônicas.

A Amazônia Legal ocupa 5.217.423 km², que correspondem a cerca de 60% do território brasileiro. Nela vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010 distribuídas em 775 municípios nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). Além de conter 20% do bioma cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia, o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial da água potável.

(Comissão Episcopal para a Amazônia)








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