Como é eleito o Prepósito da Companhia de Jesus? Pe. Lombardi responde


Cidade do Vaticano (RV) – Na terça-feira (28/09) foi apresentada a 36° Congregação da Companhia de Jesus que terá lugar a partir de 2 de outubro em Roma, e onde será escolhido o novo Prepósito Geral. Sobre a experiência dos 4 dias que precedem o voto, chamados “murmuratio”, e sobre alguns aspectos da eleição, a Rádio pediu um aprofundamento ao Padre Federico Lombardi, assistente ad Providentiam e Conselheito Geral, presente na coletiva de imprensa:

“É uma experiência muito importante, também do ponto de vista espiritual. Em quatro dias, pode-se realizar um número de colóquios e de encontros pessoais muito grandes... Naturalmente, cada um usa o seu tempo para rezar e para refletir, porém pode conhecer, procurar pessoas das diversas partes do mundo, fazem também perguntas específicas. O que é difícil explicar, mas que acontece realmente, é que no decorrer destes dias a convergência nasce, sem necessidade de fazer debates ou encontros comuns, mas graças precisamente a esta rede contínua e intensa de partilha e de comunicação pessoal. Portanto, a grande preocupação muito bonita de Santo Inácio de evitar que existam partidos, grupos de pressão, é perfeitamente garantida por este procedimento. A circulação das informações úteis para dar uma ideia e poder se orientar, existe de qualquer forma e é muito intensa. Neste sentido, como foi dito, de fato nas últimas eleições – e acredito também em muitas das precedentes – o consenso foi alcançado rapidamente”.

RV: Os últimos três Prepósitos da Companhia de Jesus pediram demissão. Esta foi uma novidade em relação ao passado...

“Nas Constituições da Companhia de Jesus, escritas por Santo Inácio, a eleição é ad vitam, ou seja, sem um fim. E assim continua a ser. A Companhia de Jesus não questionou isto. Ao mesmo tempo não está excluído que possa haver, pelo contrário, uma oportunidade e um procedimento adaptado para a renúncia ou para a demissão. De fato, em um mundo como o nosso – em que frequentemente também a vida se prolonga bastante, porque as condições de saúde melhoraram – é sempre mais frequente o fato de que seja oportuno que exista um fim, que não seja conservada uma reponsabilidade por um tempo muito longo, quando – quiçá pela idade avançada ou por doenças ou outro motivo – faltem as forças. Portanto, já há alguns decênios foram determinados os procedimentos para a renúncia: O Geral pode manifestar o seu desejo de renunciar, mas há toda uma série de consultas a serem feitas para então propor a sua renúncia à Congregação Geral, que é o único órgão que é delegado de poder aceitá-la e de eleger o sucessor. O Padre Arrupe já havia proposto de demitir-se, mais tarde, porém, não pode fazê-lo. Depois teve um ictus e ficou incapaz de exercer também o governo. Com isto, veio a renúncia e a eleição do sucessor, quando ele já estava doente. Os últimos dois, ou seja, Padre Kolvenbach e Padre Nicolás, pelo contrário, colocaram em prática este procedimento e anunciaram sua intenção de renunciar”.

(je/dd)








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