Síria: Núncio Zenari clama pela proteção dos civis


Cidade do Vaticano (RV) – Depois de novos ataques na Síria, também o Hospital Omar bin Abdelaziz, de Alepo, deixou de funcionar. A informação é da oposição ao regime de Damasco, que também denuncia que nas últimas horas os ataques foram realizados por aviões russos.

Mas precisamente Moscou – com o porta-voz do Kremlim Dmitri Peskov – falou de tons e declarações “inadmissíveis”, ao replicar as acusações de “barbárie” e “crimes de guerra” feitas na ONU pelos Estados Unidos e Grã Bretanha, sobre as operação russas na Síria.

Em particular para Aleppo, o enviado da ONU Staffan de Mistura, denunciou “novos patamares de horror”. E a organização ‘Save the Childrens’ revelou que na zona oriental da cidade, cerca da metade das vítimas que os próprios agentes estão retirando dos escombros, ou dos feridos que estão sendo cuidados nos hospitais após os bombardeios, é de crianças.

A Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico em Damasco, Arcebispo Mario Zenari, presente estes dias na Itália:

“Infelizmente aqui nunca se resolveu a questão da proteção dos civis. A pagar a conta, as consequências mais terríveis deste conflito, é a indefesa população civil, entre os quais um número tão elevado de crianças. Esta situação precisa acabar. Infelizmente é um conflito em que não são respeitadas as normas do direito humanitário internacional, as mais elementares, como a proteção dos civis”.

RV: Em particular em Aleppo – disse o enviado da ONU de Misura, existem 270 mil pessoas “sob cerco”. Qual é o risco?

“Eu disse há algumas semanas que a população de Aleppo, sobretudo da parte leste, corre o risco de ser colocada “a fogo e fome”. É uma situação inaceitável. É uma vergonha para a comunidade internacional que não se consiga proteger um número assim tão elevado de pessoas, esta indefesa comunidade, população civil: estas 270 mil, ou quantos forem, não são todos terroristas, a maioria é população civil, isto é, mulheres, crianças, idosos”.

RV: Qual é o apelo à comunidade internacional que nestas horas está reunida em Nova Iorque – e não só – e parece não chegar a um acordo sobre a trégua na Síria?

“O que está acontecendo é não somente sobre a consciência em grande parte daqueles que têm a possibilidade de deter este conflito ou de fazer respeitar o direito humanitário internacional, mas eu diria é uma vergonha que pesa sobre a consciência de todos”.

RV: O que a população pede?

“Pede o fim da guerra e os direitos fundamentais: poder comer, ter água, não estar sob assédio, sob as bombas, sob os tiros dos canhões. Porque as pessoas estão cansadas deste conflito. É necessário que a comunidade internacional, que deve ser movida também pela consciência internacional de todos nós, ajude a acabar com a guerra e faça respeitar de uma vez por todas o direito humanitário internacional, portanto a proteção dos civis, daqueles que não têm nada a ver com esta guerra, o acesso à comida, à água, aos cuidados sanitários”.

RV: As ajudas internacionais estão chegando?

“As ajudas internacionais – e este é o drama – existem. Estes comboios estão à porta e seguidamente estão bloqueados ou às vezes também são atacados, como ocorreu em 19 deste mês. Também neste caso, é uma vergonha que pesa sobre a consciência de todos”.

(je/ga)








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