Onu, Parolin: desenvolvimento integral é impossível sem a paz


Nova Iorque (RV) - “O clamor das armas na Síria deve cessar a fim de que a paz seja uma possibilidade e para que a assistência humanitária possa ser levada aos que mais precisam”.


 
Este é um dos apelos do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nesta quinta-feira (22/09), sobre os temas da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Paz

O panorama é vasto, atento aos vários casos e restitui um quadro que seria totalmente desencorajador se não fosse mantido por uma visão de esperança. O Cardeal Parolin falou sobre a situação no Oriente Médio, na África e a crise na Ucrânia, sublinhando que é impossível pensar num desenvolvimento humano integral sem a paz.

 

“No Oriente Médio vemos as consequências terríveis da espiral de guerra: tantas vidas ceifadas, Estados dissolvidos, cessar-fogo violado, insucesso das iniciativas de paz, falência das tentativas de solução do conflito na Síria, Iraque e Líbia, da crise da presidência no Líbano e do conflito israelense-palestino”, frisou o purpurado. E ainda, as vidas ceifadas por conflitos infinitos como no Sudão do Sul, nos Grandes Lagos, e na Ucrânia.

Vontade política

“A Síria foi invadida por vários tipos de grupos armados. É preciso levar urgentemente ajuda humanitária a quem precisa e a Santa Sé está convencida de que isso é possível, basta que haja vontade política para por fim aos conflitos”, disse ainda o Secretário de Estado.

Para o processo de paz entre israelenses e palestinos, o purpurado fez um apelo às duas partes para “se abster de medidas unilaterais ou ilegais de todo tipo, que possam ser um obstáculo na busca da paz e do progresso na solução de dois Estados”. 

Diálogo

Sobre a crise institucional libanesa é possível “ainda encontrar uma base comum de diálogo entre os vários grupos étnicos, entre culturas e religiões para alcançar uma coexistência pacífica da qual o Líbano foi por muito tempo um modelo. 

Como exemplo a seguir, o cardeal indicou a Colômbia: “A negociação que um mês atrás colocou fim a meio século de conflito, mostra que a Santa Sé sempre propõe, ou seja, que a paz não é uma utopia se a comunidade internacional decide se mobilizar.”

Em relação ao Oriente Médio, o purpurado sugeriu que “pode servir de modelo para os países com a mesma estrutura social, o Acordo global assinado entre a Santa Sé e a Palestina no ano passado”. 

O Cardeal Parolin citou várias vezes o Papa Francisco em seu pronunciamento na ONU, um ano atrás, e suas palavras no recente encontro inter-religioso de Assis. “Homens e mulheres, como indivíduos, devem ser os agentes principais da Agenda 2030, tendo claro que o desenvolvimento integral “inclui, mas não significa somente desenvolvimento econômico e que portanto necessita de recursos, sistemas de financiamento alternativos acessíveis e sustentáveis aos pobres”.

Migração forçada

Dentre os fatores de instabilidade, o Secretário de Estado citou o terrorismo, a nova ameaça de um conflito nuclear e o fenômeno da migração forçada: 65 milhões de pessoas, uma população em movimento, superior a de muitos Estados representados aqui”, disse o Cardeal Parolin na Assembleia Geral da ONU. O purpurado recordou a este propósito o Líbano e a Jordânia pela hospitalidade que estão oferecendo aos que fugiram da guerra, a destruição no Iraque e Síria, e a Turquia que acolheu milhões de refugiados sírios”.

“Os pobres e marginalizados são o rosto humano do desenvolvimento sustentável que queremos ter sempre diante de nós a fim de que possamos nos tornar agentes responsáveis de uma sociedade mais justa e realmente humana”, concluiu. (MJ)

 

 








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